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‘Exploding Kittens’: do jogo de cartas aos gatos pelos ares na Netflix

O jogo de cartas ‘Exploding Kittens’ inspirou uma série de animação, que estreia a 12 de Julho na Netflix. Promete ser uma luta épica entre gatos do Céu e do Inferno.

Renata Lima Lobo
Escrito por
Renata Lima Lobo
Jornalista
Exploding Kittens
©NetflixExploding Kittens
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Após um péssimo trabalho, Deus é suspenso de funções e enviado para junto da humanidade, com o objectivo de se tentar reabilitar. Só que encarna no corpo de um gato e tem de se integrar da melhor forma numa nova família. A situação piora quando o gato do vizinho é o Anticristo, numa história que promete uma batalha épica, entre o bem e o mal, nas patas do Godcat (Gato Deus) e da Devilcat (Gata Diabo). Exploding Kittens é uma adaptação do jogo de cartas com o mesmo nome, uma criação de Matthew Inman.

Inman é especialista em gatos. Bom, antes de mais é especialista em cartoons, tendo alcançado bastante sucesso com o projecto The Oatmeal, um site de cartoons de onde extraiu uma série de livros. O mais vendido até hoje foi How to Tell if Your Cat is Plotting to Kill You (2012). Claro que não é só de gatos que se constroem as narrativas de Inman (também há cães e cartoons sem qualquer tipo de animal), mas parece haver aqui uma queda para a espécie, à qual dedicou um outro livro, chamado Why My Cat is More Impressive Than Your Baby (2019). Mas o que nos traz aqui foi o jogo que publicou em 2015: Exploding Kittens, um jogo de cartas muito bem sucedido, mesmo antes de ser comercializado. Criado em parceria com os designers de jogos Elan Lee e Shane Small, o projecto procurou financiamento através da plataforma Kickstarter e em 20 minutos atingiu o objectivo inicial de 10 mil dólares.

Exploding Kittens
©NetflixGodcat e Devilcat, em Exploding Kittens

Mas o jogo não tinha um enredo particularmente coeso. Em resumo, o jogador perde quando saca uma carta Exploding Kitten e não tem uma carta de Desactivação na mão. "Quando tive a ideia para esta série, abandonei qualquer esperança de tentar transformar o próprio jogo de cartas directamente numa série", disse Inman à plataforma Tudum, dedicada aos conteúdos Netflix. "O jogo de cartas é muito divertido, mas não tem uma história coesa. Na maior parte das vezes, são apenas piadas aleatórias e muitos gatos a rebentar com coisas. Por isso, a minha filosofia para a série era concentrar-me numa história que as pessoas quisessem ouvir, em vez de tentar transformar o jogo de cartas numa narrativa. Foi assim que cheguei à ideia de Deus estar preso num corpo de gato. Além disso, essa história resultou bem com o espírito do jogo – porque os riscos são elevados e o Godcat rebenta com muita coisa. Dito isto, introduzimos um conjunto de easter eggs para os fãs do jogo. Há objectos escondidos por todo o lado, bem como vários dos nossos outros jogos referenciados na série”, revela o cartoonista, referindo-se a outros jogos com o selo Exploding Kittens, nome que acabou por baptizar a empresa de jogos que depois fundou com Elan Lee. Como Bears vs. Babies (2017), You've Got Crabs (2018), Throw Throw Burrito (2019), On a Scale of One to T-Rex (2019) e ainda Kitty Letter (2021), criado para telemóveis. E com a estreia da série, também chegou às app stores uma versão digital do jogo Exploding Kittens, embora apenas disponível para assinantes da Netflix.

Exploding Kittens
©NetflixExploding Kittens

As vozes da consciência

Ao lado de Matthew Inman na criação da série está Shane Kosakowski (Teenage Bounty Hunters) e a produção está nas mãos de Mike Judge (Beavis e Butthead) e Greg Daniels (The Office). No elenco, encontramos os actores Tom Ellis (Lucifer), como Godcat, e Sasheer Zamata (A Batalha das Pop-Tarts), como o Devilcat, os protagonistas desta história. Para o Godcat, Inman explica que queriam “uma voz que tivesse uma qualidade divina, do velho mundo, ao mesmo tempo que fosse engraçada e encantadora”, o que acabaram de encontrar em Ellis, cuja interpretação ofereceu “uma grande força da natureza, capaz de destruir o mundo, presa no corpo de um pequeno gato”. Sobre o personagem, o criador explica a perspectiva do felino endeusado: “Ele criou o universo, por isso é compreensível que esteja frustrado por ter de fazer cocó num rectângulo de plástico cheio de areia”. Sobre a Devilcat, que também foi despedida do seu trabalho como Satanás, Inmann descreve-a como “o Anticristo com um coração de ouro”, o papel indicado para Zamata, que “lia uma frase e ameaçava incendiar a Terra e, dois segundos depois, pedia desculpa se isso não encaixasse na agenda [de toda a gente].” E, ao que parece, a actriz "consegue gritar, rosnar, berrar e arrotar bolas de fogo” de uma forma assustadora. O elenco conta também com as vozes de Suzy Nakamura (Avenue 5), Mark Proksch (What We Do in the Shadows), Ally Maki (Wrecked) e Kenny Yates (Final Wager).

Quanto ao público-alvo desta animação, nos Estados Unidos foi classificada para maiores de 14 anos. "A série está classificada algures entre Os Simpsons e Deadpool", explica Inman. ”Quando escrevemos o programa, evitámos dizer palavrões ou fazer piadas mais pesadas para adultos, o que é um desafio, mas faz com que nos esforcemos mais para escrever uma piada inteligente, em vez de nos basearmos em palavrões, nudez ou o que quer que seja. Esperamos que seja um programa que toda a gente veja, excepto talvez as crianças pequenas. Há demasiados ânus de gato".

Netflix. Estreia a 12 de Julho

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