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Ver o documentário The True Cost mudou a maneira de pensar de Patrícia Imbarus e Joana Cunha, que juntaram forças para criarem a Fair Bazaar, um marketplace que junta marcas sustentáveis de moda, casa e beleza e que se materializa com a abertura da primeira loja em plena Embaixada, no Príncipe Real.
Alternativas. Tudo se resume à busca por alternativas ao consumo e produção em massa que rege o mundo hoje em dia. Patrícia e Joana não perderam tempo e reuniram centenas de marcas conscientes que se alinhavam com os valores que elas próprias tinham definido a partir daquele momento. “Porque não juntamos estas marcas todas num só sitio? É uma forma de facilitamos aos consumidores conscientes a procura e escolha de marcas com impacto positivo na sociedade e no ambiente”, conta-nos Patrícia. Dito e feito. Nasce a Fair Bazaar.
A loja conta com cerca de 20 marcas, muitas delas portuguesas, e cada uma delas é classificada através de oito selos de certificação: reciclagem, orgânico, comércio justo, desperdício zero, vegan, ecológico, artesanal e pequena escala. É um verdadeiro paraíso de artigos de comércio justo e amigos do ambiente.
Veja-se, por exemplo, a LeFrik, uma marca de mochilas feitas a partir de garrafas de plástico reciclado. Ou as escovas de dentes The Humble Co., feitas de bambu com filamentos de nylon biodegradável. Vai encontrar ainda as suculentas da Succy Jungle, os copos da KeepCup, os candeeiros da Omikomi ou os produtos da Dr. Bronner's.
Em breve será lançada a plataforma online que, para além de reunir um maior número de marcas — que as fundadoras têm guardadas numa espécie de base de dados pessoal —, servirá para estimular um consumo consciente e sustentável, de forma a “capacitar os consumidores a mudarem os seus hábitos de consumo.” É, aliás, nesta questão que as fundadoras do projecto pretendem ter um papel educativo e de consciencialização e, simultaneamente, tentar mudar o estigma que ainda tende a persistir “de que todos os produtos ecológicos e sustentáveis são hippies.”
“A nossa missão é transmitir aos nossos clientes e sociedade em geral, o impacto que as nossas ações diárias têm no meio em que vivemos”, diz. “O objetivo é criar e capacitar uma comunidade global de change-makers, pessoas que tomem a iniciativa e façam a diferença.”
Os padrões de consumo começam assim a mudar, a tornarem-se mais amigos do ambiente e dos próprios trabalhadores e produtores que produzem de forma consciente — uma verdadeira mudança de mentalidades e comportamento das pessoas em todo o mundo no sentido de um consumo mais responsável. "O aumento da consciencialização e do interesse dos consumidores em relação às condições de trabalho, à contratação ética e justa ou às políticas ambientais está a alterar os padrões de consumo em todo o mundo. As indústrias de moda, casa e beleza estão sob uma crescente pressão para repensarem a sua forma de fabricação, distribuição e venda para uma forma mais ética", conclui Patrícia Imbarus.