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O Relento, histórica marisqueira na baixa de Algés, está encerrado desde 31 de Dezembro de 2021, mas deverá abrir “em breve”.
Na sequência da notícia da Time Out publicada esta segunda-feira, José Tomé, sócio-gerente d'O Relento, enviou um comunicado à redação esclarecendo que o encerramento se deve a "questões de saúde" do próprio e que as sucessivas datas de reabertura, afixadas na porta durante o mês de Janeiro, se prendem com o facto de "a situação infelizmente ainda não se encontrar resolvida".
"O Relento reabrirá logo que possível com o carisma, a atenção e a qualidade que sempre pautaram a imagem desta casa histórica no contexto de Algés, de Lisboa ou até do país", afirma por escrito.
Por telefone, esta terça-feira de manhã, José Tomé garante à Time Out que "O Relento está encerrado, mas não morreu, nem está morto". “A questão é que não se conseguiu arranjar forma de, sem a minha presença lá, aquilo poder trabalhar de alguma maneira, portanto optou-se por estarmos encerrados. O Relento baseava-se muito na base da personalização e da presença, nunca foi, nos 61 anos de vida que tem, uma casa que fosse gerida à distância. E isso obrigou a encerrar-se o Relento. Para que eu recuperasse a minha saúde, porque sem saúde aquilo não poderia andar para lado nenhum”, explica de viva voz.
No total, trabalham na cervejaria 17 pessoas, que continuam a receber os vencimentos apesar de não estarem a exercer funções no espaço. “Toda a nossa equipa profissional, de empregados, está a receber os seus salários por inteiro. É um esforço que temos estado a fazer porque a expectativa é a de abrir O Relento", revela o responsável, assumindo ainda que mandou desligar o telefone do restaurante "porque efectivamente o estabelecimento está encerrado".
Na cozinha da marisqueira há 37 anos, Paulo Lopes, 51, confirma, também por telefone, que a empresa está a suportar os vencimentos dos trabalhadores e que aguarda pela reabertura. "Não posso traçar uma meta, mas espero que seja para breve. Começamos a ficar com aquele frio na barriga, ‘quando é que a gente vai começar a trabalhar?’ Estamos a aguardar serenamente”.
O Relento abriu em 1961 e tornou-se uma marisqueira de referência, não apenas pelo marisco, mas também pelos fritos e pelo conhecido “bife à Relento”. Carlos e Tomé, antigos funcionários, compraram o estabelecimento há cerca de 30 anos. Actualmente, a marisqueira é uma sociedade bipartida constituída pelo filho de Tomé, José Tomé, e pela viúva e as filhas herdeiras de Carlos Lopes, que morreu no início de 2021.
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