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Fernando Maurício morreu a 15 de Julho de 1933. Vinte anos depois, a Junta de Freguesia de Santa Maria Maior junta-se ao Grupo Desportivo da Mouraria e à Escola de Fado da Mouraria para recordar a vida e obra do fadista com três dias de festa, entre 13 e 16 de Julho. A programação é de entrada livre.
“Nascido na Mouraria, o rei do fado foi muito para além do seu bairro”, lê-se em nota da Junta. “Fernando Maurício vive na memória colectiva e, agora, nas pedras da nossa calçada. Ao calcorrear a freguesia, atravessamos a vida e obra do fadista que viria a marcar gerações, deixando no fado o seu legado.”
A iniciativa “Fernando Maurício – 20 Anos de Legado” arranca na quinta-feira, dia 13, às 21.00, na Rua da Guia, com um apontamento de fado pela Escola de Fado da Mouraria e a projecção do documentário Fernando Maurício – O Rei sem Coroa, de Diogo Varela e Silva.
Já na sexta-feira, 14 de Julho, a festa muda-se para o Largo de São Miguel, junto à palmeira, onde será inaugurado, pelas 18.00, o roteiro “Lisboa Mauriciana”. O percurso, que nos conduz entre Alfama e a Mouraria, será pontuado por fado, com actuações de Jaime Dias, Vítor Miranda e Fernando Jorge, com José Manuel Neto na guitarra e Ivan Cardoso na viola.
No sábado, dia 15, há acto solene, às 11.00, no Cemitério dos Prazeres. Segue-se, às 18.00, uma tertúlia com Rui Vieira Nery, Diogo Varela Silva e Jorge Fernando na Casa-Museu Fernando Maurício, na Rua João do Outeiro.
Por seu turno, o programa de domingo, dia 16, começa pelas 14.00, na Rua da Guia, com um apontamento junto ao busto. Mais tarde, a partir das 15.00, na Rua da Mouraria, há tributo a Fernando Maurício com uma Grande Tarde de Fados.
Figura incontornável na história do fado de Lisboa, o premiado Fernando Maurício nasceu na Rua do Capelão, na Mouraria, a 21 de Novembro de 1933. De uma família centenária do bairro, tinha apenas oito anos quando começou a cantar n’O Chico da Severa, uma taberna da rua onde morava.
Ainda em tenra idade, Maurício integrou a Marcha Infantil da Mouraria, longe de imaginar que um dia viria a ser padrinho da marcha do bairro que o viu nascer. A aprender o ofício de sapateiro e sem completar a instrução primária, os seus estudos viraram-se para a música, tendo cantado nas mais reputadas casas de fado de Lisboa, como o Café Latino, o Retiro dos Marialvas, a Adega Machado ou O Faia.
“Detentor de uma voz genuína e arraigado à sua raiz bairrista, é por muitos considerado o maior fadista da sua geração”, continua a mesma nota. Morreu em Lisboa, a 15 de Julho de 2003. “A sua vida e obra criaram um mito eterno de uma das grandes referências do fado em Portugal, que deixou legado em tantas outras vozes do fado actual e fez nascer os mauricianos.”
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