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Lisboa já tem em marcha programas municipais em torno da habitação acessível para a classe média. Mas, num artigo de opinião publicado esta semana no jornal britânico The Independent, Fernando Medina diz querer trazer mais lisboetas de volta para o centro da cidade, dando prioridade a funcionários de hospitais e outros trabalhadores essenciais.
O título original do artigo de opinião provocou espanto em Portugal, porque dava a entender que Medina queria acabar de vez com o Airbnb: "Após o coronavírus, Lisboa está a livrar-se do Airbnb e a transformar arrendamentos de férias a curto prazo em casas para trabalhadores-chave". No entanto, o título foi escrito pelos responsáveis editoriais do The Independent e não pelo autarca português. Nesta segunda-feira à tarde, foi corrigido para "Após o coronavírus, Lisboa está a substituir alguns Airbnbs e a transformar arrendamentos de férias em casas para trabalhadores-chave".
A habitação acessível e uma cidade mais verde são duas bandeiras da Câmara Municipal de Lisboa (CML), já hasteadas em programas como A Rua é Sua, que devolve as ruas aos peões; o aumento da Rede Ciclável; o programa Renda Acessível, destinado à classe média; e o Renda Segura, apresentado em Maio. Este programa desafia os proprietários a arrendarem os seus imóveis à CML, que por sua vez os subaluga, promovendo o regresso de imóveis em Alojamento Local (AL) ao mercado de arrendamento.
No artigo de opinião agora publicado, o presidente da CML acrescenta que será dada prioridade a determinadas profissões da cidade, como “funcionários de hospitais, trabalhadores de transportes, professores e milhares de outras pessoas que prestam serviços essenciais. Estamos-nos oferecer pagar aos proprietários para transformar milhares de alugueres de curto prazo em casas de ‘aluguer seguro’ para os principais trabalhadores”, escreve.
“Como muitas cidades, estamos a reavaliar as nossas prioridades pós-pandemia e a colocar no topo da lista os principais trabalhadores que conduziram Lisboa através da crise da Covid-19. Agora é o momento de fazer as coisas de maneira diferente”, defende Fernando Medina.
Mas o turismo não fica na gaveta. "Não significa que não queremos turismo ou que os visitantes retornem a Lisboa o mais rápido possível. É simplesmente hora de fazer as coisas de maneira diferente e os visitantes serão beneficiados. Vão encontrar uma cidade mais limpa, mais verde e viva, em vez de uma que corre o risco de se tornar um bonito museu”, promete o presidente da CML.
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