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É precisamente em Abril que acontece a próxima edição da Festa do Cinema Italiano, entre os dias 12 e 21, na cidade de Lisboa, antes de rumar a outros pontos do país. No ano em que Portugal assinala os 50 anos da Revolução dos Cravos, o festival aproveita para assinalar "O outro 25 de Abril/ L'altro 25 Aprile", num ciclo de cinema que integra o programa, desenhado em parceria com a Cinemateca Portuguesa, que recorda a Festa da Libertação na Itália de 1945. Um momento da história italiana que marcou o fim de mais de duas décadas de ditadura fascista, liderada por Benito Mussolini.
A programação completa do festival ainda não foi divulgada, mas já são conhecidos os filmes que poderão ser vistos na Cinemateca à boleia da Festa do Cinema Italiano, uma das muitas salas que se associam ao festival, a par do Cinema São Jorge (o coração da festa), do UCI El Corte Inglés e, pela primeira vez, do Cine-Teatro Turim, em Benfica. Um ciclo que acontece num espaço temporal mais alargado, entre 1 e 26 de Abril, composto por 11 produções italianas, de diferentes décadas.
Entre a ficção e o documentário, todas procuram reflectir sobre os temas da liberdade e resistência: Roma, Cidade Aberta (1945) de Roberto Rossellini; Os Evadidos (1955), de Francesco Maselli; Tão Amigos Que Nós Éramos (1974), de Ettore Scola; Uma Vida Difícil (1961), de Dino Risi; Una Questione Privata (2017), de Paolo Taviani; Inês Deve Morrer (1976), de Giuliano Montaldo; Il Sole Sorge Ancora (1946), de Aldo Vergano; O Conformista (1970), de Bernardo Bertolucci; e os documentários La Donna Nella Resistenza (1965), de Liliana Cavani; All'armi Siam Fascisti (1962), de Cecilia Mangini, Lino Del Fra e Lino Miccichè; e La Vittoria è Certa (1971), de Lionello Massobrio, sobre a luta de libertação em Angola durante a guerra colonial.
No âmbito da Festa do Cinema Italiano, e em jeito de antecipação, estreia a 22 de Fevereiro nas salas de cinema portuguesas o filme Piccolo Corpo (2021), o vencedor da 14.ª edição em 2021. E a primeira longa-metragem da realizadora (e co-argumentista) Laura Samani que conta a história de “uma jovem mulher de luto que deixa a sua aldeia à beira-mar para tentar libertar a alma do seu bebé nado-morto, partindo numa perigosa viagem até um remoto santuário na montanha onde mantém a fé num milagre”, lê-se na sinopse.
A programação estende-se ainda por várias cidades, até ao final de Junho, algumas bem próximas de Lisboa, como Almada (8, 15, 22, 28 e 29 de Maio), Alverca (12 e 13 Abril) ou Barreiro (ainda sem datas).
+ Monstra: a liberdade de expressão é uma animação (a Irlanda também)