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Fixar o passado, celebrar o presente e projectar o futuro. São as Festas de Abril que, ao longo do próximo mês, evocam o 25 de Abril de 1974 através da fotografia, do teatro, da dança, da música, da arte contemporânea e da poesia. O momento alto está marcado para a noite de dia 24, numa grande festa no Terreiro do Paço. Mas, atenção, as comemorações começam já este sábado, 23 de Março, e prolongam-se até 26 de Maio.
“As Festas de Abril ganham este ano uma expressão e um significado maiores, com as comemorações dos cinquenta anos da Revolução dos Cravos que, em Lisboa, será lembrada e festejada um pouco por toda a cidade”, lê-se em comunicado da EGEAC, que destaca desde logo a celebração marcada para a véspera do 25 de Abril. A partir das 22.00, as fachadas do Terreiro do Paço vão ser animadas por videomapping, com fotografias de Alfredo Cunha e música de Rodrigo Leão, numa parceria com a Comissão Comemorativa dos 50 anos do 25 de Abril.
Na noite de 24, está ainda previsto o concerto Uma Ideia de Futuro, que vai reunir em palco seis jovens actores, a Orquestra Sinfonietta de Lisboa, o Coro de Santo Amaro de Oeiras, o Coro da Escola Artística do Instituto Gregoriano de Lisboa e vários solistas, num total de 180 músicas. Com concepção e direcção artística de Luís Varatojo, o espectáculo, que inclui projecção de imagens e um momento piromusical, promete seis histórias narradas na primeira pessoa, traçando um retrato do Portugal de hoje. Entre a banda sonora – composta a partir de canções de José Afonso, José Mário Branco, Sérgio Godinho, Fausto, Adriano Correia de Oliveira, Fernando Lopes Graça e Carlos Paredes –, encontra-se um tema inédito, “Abril é Sempre Primavera”, com letra de José Luís Peixoto e música de Luís Varatojo e Filipe Raposo.
Abril sempre, o ano inteiro
A partir deste sábado, 23 de Março, e até 26 de Maio, o Mercado do Forno do Tijolo, em Arroios, acolhe a exposição “Os dez dias que abalaram Portugal” (Qua-Dom 11.00-19.00), do Arquivo EPHEMERA, que testemunha o início da democracia após a revolução. Mas com propostas variadas, para todas as idades e maioritariamente gratuitas, as Festas de Abril passam por muitos outros locais, desde museus e monumentos até galerias, teatros e cinema geridos pela EGEAC.
Há exposições para ver também no Torreão Nascente da Cordoaria Nacional (“Factum: Eduardo Gageiro”, até 5 de Maio), no Atelier-Museu Júlio Pomar (“O Tom do Pomar. Invasor Abstracto #7”, até 26 de Maio) e no Museu do Aljube (“25 de Abril, Sempre!”, a partir de 4 de Abril). Neste último, palco simbólico de resistência e liberdade, destacam-se também dois dias de festa, a 20 e 21 de Abril, com entrada livre e a participação de Inês Vieira da Silva e Nuno Saraiva. A dar-nos música, teremos Batucadeiras das Olaias, Samba Sem Fronteiras, DIDI, Mãe Bruxa, Celina da Piedade e Tropicaustica.
Se for mais dado ao teatro, fique a saber que também não vão faltar espectáculos. Entre as muitas peças agendadas, encontram-se, por exemplo, Utopia (3-4 Abr e 6-7 Abr, Qua-Qui 18.30, Sáb-Dom 17.30. 12€) e Guião Para Um País Possível (12-Abr, Sex-Sáb 19.30, Dom 17.30. 12€), no Teatro do Bairro Alto; A Paz é a Paz (19-20 Abr, Sex-Sáb 20.30. 12€), no Museu de Lisboa – Teatro Romano; e várias propostas para famílias com crianças, como Um Cravo Que Toca (13-14 e 20-21 Abr, Sáb 16.30 e Dom 11.30/ 16.30. 3€-7€), no LU.CA – Teatro Luís de Camões; e Antipricesas: Catarina Eufémia (20-21 Abr, Sáb 11.00/ 16.00 e Dom 11.00. Grátis), no Parque José Gomes Ferreira.
Está também prevista mais uma edição do Festival Política (3-5 Abr) no Cinema São Jorge, bem como várias oficinas e visitas para toda a família, em locais como o Museu da Marioneta, a Casa Fernando Pessoa e o Castelo de São Jorge. Destaca-se ainda o Dia do Livro – Noite da Rádio (23 Abr, Sáb 21.00), na Casa Fernando Pessoa, e a plantação de cravos vermelhos no Jardim da Galeria Quadrum. Claro que, se não quiser perder pitada, já pode consultar a programação completa online, no site da EGEAC.