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“O único festival de música do país totalmente gratuito que celebra a lusofonia.” É assim que Miguel Pinto Luz, vice-presidente da Câmara de Cascais, descreve as Festas do Mar. Não é mentira. Há anos que as festas da baía de Cascais são um dos raros eventos que dão música a Lisboa e arredores na segunda quinzena de Agosto, sempre com nomes grandes da música portuguesa e lusófona, muitas vezes com regressos e espectáculos inéditos. Como quase tudo neste país, não se realizaram em 2020 e 2021 por causa da covid-19, mas agora estão de volta num novo formato, divididas por dois momentos, entre esta quinta-feira e domingo e entre a próxima quinta, 1, e domingo, 4 de Setembro.
O maior nome desta edição é a Resistência, que encerra a primeira semana das Festas do Mar, no domingo. Desde que se reuniu para um par de concertos, há já dez anos, a banda que marcou a década de 90 em Portugal com as suas versões acústicas de êxitos pop-rock não voltou a separar-se e até lançou mais dois álbuns de estúdio, e registos ao vivo. É verdade que desde o início da pandemia os concertos do supergrupo têm-se multiplicado e já não são tão raros como eram na década passada – na sexta-feira também tocam na FATACIL, em Lagoa – mas continuam a ser boas oportunidades para ouvir algumas das mais conhecidas canções portuguesas, tocadas e cantadas por alguns dos homens que as escreveram.
Mas quando a Resistência finalmente tocar, no domingo, já se terá ouvido muita música nas Festas do Mar. Os concertos começam logo às 18.00 desta quinta-feira, no Palco Cascais, que recebe Pipa Maldonado. E é lá, nas imediações da Cidadela, que duas horas antes da abertura do palco principal, erguido na baía de Cascais, todos os dias se vão ouvir novos talentos da música nacional. Mariana Mateus (sexta, 26), Ivo Palitos (sábado, 27), Matheus Paraizo (domingo, 28), Carolina Leite (quinta, 1), Also (sexta, 2), Mia Lucas (sábado, 3) e Luís Braz Teixeira (domingo, 4) são os restantes nomes confirmados para a Cidadela.
Já o palco principal abre com uma actuação de Diana Castro, uma filha da terra, na quinta-feira. Segue-se, no mesmo dia, um concerto de Vitor Kley, jovem cantor e compositor pop brasileiro, no activo desde o final dos anos zero. O popular músico, que se estreou em 2009 com o álbum Eclipse Solar, continua a apresentar o álbum Bolha, lançado em 2020 e nomeado para um Grammy Latino de Melhor Álbum Pop Contemporâneo em Língua Portuguesa em 2021 – foi batido por Cor, do duo Anavitória, que por acaso se apresentou ao vivo na última edição das Festas do Mar, em 2019.
O festival continua com alma e temperos brasileiros na sexta-feira, cortesia de Tiago Nacarato, nascido e criado no Porto, mas filho de brasileiros e influenciado pela mpb. Com pronúncia do Norte ou com sotaque do Brasil, a sua voz deixa meio mundo derretido e continua a mostrar as canções do segundo álbum, Peito Aberto, editado este ano pela Universal. Depois tocam os colegas de editora The Black Mamba, que representaram Portugal na Eurovisão em 2021. Liderada por Tatanka, a banda de pop-rock com pozinhos de soul, funk e blues, está prestes a editar o sucessor de The Mamba King, de 2018. Last Night In Amsterdam deve sair no final do ano e “Love Is Dope” é o seu mais recente single.
O maior nome de sábado são Os Quatro e Meia, banda pop coimbrã de ar bem comportado que actuou no Festival da Canção deste ano. Mais recentemente, as suas críticas à organização de O Sol da Caparica, feitas ainda quando estavam no palco do festival, fizeram correr tinta e valeram-lhes os aplausos e o respeito do público, mas em Cascais deve tudo correr melhor. Antes deles, canta Beatriz Rosário, jovem fadista influenciada por outras músicas de Portugal e do mundo. Enquanto no domingo, antes da Resistência, actua a cantora e pianista Carolina de Deus.
E para a semana há mais. Na quinta-feira, 1 de Setembro, os cabeças de cartaz são os D.A.M.A, banda lisboeta que passeia entre a pop e o rap e cujo último álbum, Sozinhos À Chuva, data de 2020. Com Duque Província na primeira parte. Um dia depois, Filipa Vieira é a primeira a pisar o palco principal e a fadista Cuca Roseta, também de Cascais, a segunda. No sábado, 3, Luís Sequeira toca na abertura, mas é para ver Agir e os seus convidados e amigos, músicos novos que ele apoia, que a maioria vai à baía de Cascais. Por fim, no domingo, 4, ao concerto de Luiz Caracol segue-se a habitual actuação da Sinfónica de Cascais, que vai tocar as canções do top RFM enquanto o público dá voz às músicas, munido de microfones distribuídos pelo recinto e com as letras em teleponto.
Baía de Cascais. Qui 25-Dom 28 e Qui 1-Dom 4, 16.30. Entrada livre
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