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Festivais há muitos, mas nenhum é como o Iminente

O Iminente está de volta, com uma programação de música, arte e cultura urbana.

Luís Filipe Rodrigues
Editor
Festival Iminente 2021
©Nash Does Work/Iminente
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O que não falta em Lisboa são festivais, incluindo alguns que também se dizem de música e artes. Não obstante, nenhum é como o Iminente. Desde a primeira edição concebida por Alexandre Farto em Oeiras que o meio da arte urbana portuguesa, onde o artista conhecido como Vhils se destaca há mais de duas décadas, surge em pé de igualdade com a música. É certo que bandas, rappers, cantores e DJs têm vindo a ocupar mais espaço no cartaz de ano para ano, mas os artistas visuais continuam a ser tratados como iguais no programa, que este ano se volta a desenrolar na Matinha, entre quinta-feira e domingo.

Na verdade, o trabalho de programação começou a dar frutos e a chegar às pessoas logo no início de Setembro, com dias abertos em quatro bairros de Lisboa, onde foi possível ouvir música, assistir a exposições, participar em oficinas de dança e passear por mercados. Foi o culminar de quatro meses de workshops artísticos comunitários na Alta de Lisboa, no Bairro do Rego, no Vale de Chelas e no Vale de Alcântara. Estes trabalhos, desenvolvidos pelos membros das comunidades – sobretudo crianças, jovens e idosos – vão também ser apresentados ao longo dos quatro dias do festival propriamente dito.

Pedro Coquenão, vulgo Batida, foi responsável por uma das oficinas de criação artística do projecto Bairros. E é um dos artistas visuais em destaque nesta edição. Espalhadas pelo recinto, vão estar peças e instalações de 18 criadores, maioritariamente nacionais, incluindo Neon Colonialismo, de Batida. Destacam-se ainda a malaia Umibaizurah, os portugueses Vhils, Wasted Rita e ±MaisMenos± ou colectivos como Verkron e os Unidigrazz de Tristany (que também vai dar um concerto no sábado, às 20.45). Vanessa Barragão, Filipa Bossuet, Beatriz Brum, Martinha Maia, Tiago Marinho, Ânia Pais, Rita Ravasco, Superlinox e Noah Zagalo são outros dos artistas expostos.

O programa extra-musical não se fica por aqui. Os dias começam sempre pelas 16.30, com conversas e debates no palco Fábrica, um dos cinco do festival. As danças (quinta-feira) e as hortas urbanas (sexta-feira), a política da comida (sábado) e o lugar das mulheres na construção das cidades (domingo) vão ser os temas discutidos ao início de cada tarde. Diariamente, há ainda entrevistas e conversas moderadas pelo jornal online A Mensagem. Espectáculos de spoken word, demonstrações de break dancing, festas e performances de Alice Neto de Sousa (sexta, pelas 18.30) e Diana Niepce (domingo, às 19.45) são as restantes actividades agendadas.

E depois, claro, há a música. Dia após dia, sucedem-se os concertos e DJ sets. Mais de meia centena de momentos, onde tanto se podem escutar electrónicas de várias latitudes como muito e bom hip-hop e outras músicas urbanas, ou até indie rock. Há desde veteranos como o norte-americano Pharoahe Monch e o conjunto são-tomense África Negra, até alguns dos mais entusiasmantes músicos a trabalharem hoje em Portugal, incluindo alguns com pouca ou nenhuma música editada: Xexa, Maria Putas Reis Bêbadas (quinta-feira), Shaka Lion (sexta-feira), Juana Na Rap, Tristany (sábado) e Bandua (domingo) são alguns dos nomes que vale a pena decorar. E ouvir.

Cais da Matinha. Qui-Dom 16.30. 25€-75€

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