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O Festival Abecedário, uma iniciativa da Cabine de Leitura, acontece pela primeira vez este fim-de-semana em vários sítios de Lisboa.
A, B C, D, E... E por aí fora. Este festival percorre as letras todas do abecedário, ou não fosse esse o nome do novo festival literário que tem como objectivo promover as livrarias de rua e homenagear uma palavra – para a primeira edição a escolhida foi fronteira. A iniciativa parte da Cabine de Leitura da Praça de Londres e das livrarias Barata, Tigre de Papel e Leituria. De sexta a segunda-feira, há leituras encenadas, conversas, debates, música e poesia, tudo espalhado por diversas livrarias e bibliotecas lisboetas.
São quatro dias passados em três livrarias (Livraria Barata, Leituria e Tigre de Papel), quatro bibliotecas (Biblioteca Palácio Galveias, Biblioteca de São Lázaro, Biblioteca dos Coruchéus e Cabine de Leitura) e outros três cafés (Pastelaria Mexicana, Café Vá-Vá e Café Império), tudo para explorar os vários sentidos da palavra fronteira, seja ela real, geográfica, económica ou cultural, pelas perspectivas de escritores, pensadores, artistas, gestores culturais ou encenadores. Deite o olho a alguns dos destaques do programa.
Sexta 8
A programação arranca na sexta na Livraria Barata (18.00) com o painel O Céu é o Limite, com Lídia Jorge, o padre José Manuel Pereira de Almeida e moderação de Dalila Rodrigues, que discutem os limites (será que os há?) da imaginação. Mais tarde, a livraria recebe um debate sobre conflitos ideológicos com Virgínia Brás Gomes, Elisabete Jacinto, Cirila Bossuet e moderação de Dora Santos Silva. Na Biblioteca dos Coruchéus (19.00) há uma leitura encenada de textos de Sophia de Mello Breyner Andresen.
Sábado 9
A Livraria de Papel recebe Carlos Vaz Marques, Rita Taborda Duarte e José Gil para um debate sobre as relações interpessoais e a influência das redes sociais nelas (15.00). Na Biblioteca dos Coruchéus, às 16.00, lêem-se cartas de migrantes, relatos íntimos deixados a amigos e familiares de quem partiu, é a Enciclopédia dos Migrantes – um projecto transnacional de oito cidades europeias. A companhia As Crianças Loucas apresentam LisboaWood, uma leitura encenada na Biblioteca do Palácio das Galveias sobre como sobreviver à loucura de manter relações, casa e emprego numa cidade em crescimento (21.30).
Domingo 10
Na Cabine de Leitura da Praça de Londres, assista à leitura de poemas e cartas de Sophia de Mello Breyner Andresen e Jorge de Sena pelas palavras de Elizabete Caramelo e Pedro Freitas (12.00). No Café Império, às 17.00, Luís Leal Miranda, Dulce Garcia e Tiago Pais discutem a relação entre livrarias e editoras – estarão as pessoas cada vez mais afastadas dos livros e as livrarias das editoras?
Segunda 11
Na segunda-feira, às 11.00, a Biblioteca de São Lázaro recebe uma conversa sobre construção de identidade num mundo sem fronteiras, com Jorge Soares, Ana Vasconcelos, Luís Castro e Tiago Carrasco. Na Livraria Tigre de Papel, às 18.30, e para fechar o Abecedário, Anísio Franco, Marta Porto e Filipa Oliveira sentam-se à mesa para discutir o papel da arte e como é que esta pode ajudar no exercício da democracia.
Vários locais em Lisboa. Sex-Seg. Entrada livre.