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Festival FUSO: a videoarte vai andar à solta para falar de resistência

São seis noites de videoarte, a partir de 27 de Agosto, em vários pontos da cidade e com entrada gratuita. Em foco, vão estar diferentes formas de resistir.

Raquel Dias da Silva
Jornalista, Time Out Lisboa
FUSO
© Alípio PadilhaFUSO, no MAAT
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O FUSO – Festival Internacional de Videoarte de Lisboa regressa aos jardins e claustros da cidade a partir de 27 de Agosto. O programa inclui sessões de videoarte gratuitas, com curadoria portuguesa e internacional. Ao longo de seis noites, o público poderá assistir a dezenas de obras, bem como a conversas sobre diferentes formas de resistência, em locais como o Espaço Duplacena 77 (27 de Agosto), o Pátio do Carvão do MAAT (28 de Agosto), o Museu Nacional de Arte Contemporânea (29 de Agosto), o Palácio Sinel de Cordes (30 de Agosto), o Palácio Galveias (31 de Agosto) e o Museu da Marioneta (1 de Setembro).

“O FUSO, na sua 16.ª edição, mantém-se firme no seu compromisso em apresentar obras no campo da imagem em movimento que encorajam os espectadores a envolverem-se criticamente com o mundo que os cerca, reforçando a importância do vídeo como uma ferramenta para a reflexão e conscientização”, lê-se em comunicado da organização, que sublinha as experiências de guerra e de exílio, migrações e deslocamento, lutas sociais e urgência climática como algumas das questões urgentes sobre as quais a programação se debruça.

Para dar início ao festival no Duplacena 77, no bairro dos Anjos, pelas 18.30 de dia 27, há uma conversa aberta sobre o tema deste ano, seguida do arranque da Mostra de Videoarte dos Açores, com exibição de obras que reflectem de forma crítica, mas também afectiva, as relações dos artistas com o território, a sua gente e os seus costumes. “Em pleno verão açoriano de 2023, os residentes Anita Nemet, Carolina Rocha, Elliot Sheedy, Fernando Nunes, Gustavo Fernandes, Luís Brum, TAT e Tiago Correia mantiveram encontros com os artistas Daniel Blaufuks e André Laranjinha para, em conjunto, refletirem sobre a imagem em movimento enquanto expressão artística transversal a todas as práticas”, partilha a organização. “E o resultado são filmes que transitam entre o sonho e a dor de uma guerra, que vão à procura do autoconhecimento e da beleza no mundo contemporâneo, que fazem uma ode à comunidade em forma de poesia visual.”

Este ano, as sessões curatoriais, sempre com início às 22.00, debruçam-se sobre “A Mera Possibilidade de um Futuro” (30 de Agosto), com curadoria de Laila Hida, que manifesta apoio ao povo palestiniano, denuncia o massacre de populações civis e apela ao respeito do direito internacional; um programa com obras da dupla de artistas Dias e Riedweg (31 de Agosto), com curadoria de Bruno Z’Graggen, que nos leva quer até ao Rio de Janeiro e às suas favelas quer a uma das maiores terras indígenas do Brasil, a reserva no Vale do Javari, na tripla fronteira entre Brasil, Peru e Colômbia; e o documentário histórico Four More Years (1 de Setembro), que nos dá a ver, com uma cobertura iconoclasta e irreverente, o processo eleitoral americano na campanha presidencial de Richard Nixon em 1972 e da Convenção Republicana em Miami.

É de destacar ainda a sessão do open call, que todos os anos recebe mais de duzentos vídeos a concurso – os curadores Jean-François Chougnet e João Pinharanda são quem selecciona as obras, que concorrem aos prémios Aquisição EDP/MAAT (escolha do júri) e Incentivo Duplacena (escolha do público) – e a parceria com a escola Ar.CO, que programa uma sessão com vídeos dos alunos do curso de Cinema/Imagem em Movimento.

A programação completa já está disponível para consulta online.

Vários locais (Lisboa). 27 Ago-1 Set, Ter 18.30, Qua-Dom 22.00. Entrada livre

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