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Dedicado a um público infanto-juvenil, o Festival Play avança para mais uma edição. De 24 de Fevereiro a 3 de Março, nas salas do Cinema São Jorge e da Cinemateca Júnior, serão exibidos 130 filmes, nos formatos de curta e longa-metragem, da animação à imagem real. Um dos momentos altos será o cine-concerto de The Legendary Tigerman, convidado para musicar ao vivo duas curtas-metragens do norte-americano Charley Bowers (1877-1946), um talento esquecido do cinema mudo.
Filmes, música, conversas e ateliers, sessões especiais para as escolas, durante a semana, e para as famílias, aos fins-de-semana. O programa do Festival Play está fechado e, embora ainda não tenham sido divulgados os horários, arranca no Cinema São Jorge com Yuku e a Flor dos Himalaias (2022), de Remi Durin. Esta longa-metragem de animação franco-belga sobre uma ratinha que sobe as mais altas montanhas para encontrar uma planta especial, para oferecer à avó, venceu o prémio de Melhor Filme para Crianças, no festival CineKid, um congénere do Play nos Países Baixos.
No formato curta-metragem, o cinema português prova que está bem de saúde, em particular na competição Prémio PLAY Melhor Curta-Metragem, com os filmes Filme Feliz :), de Duarte Coimbra, A rapariga de olhos grandes e o rapaz de pernas compridas; de Maria Hespanhol; A Onda Maria, de Lígia Resende; Monte Clérigo, de Luís Campos; ou Ana Morphose, de João Rodrigues. Produções que serão acompanhadas por curtas-metragens estrangeiras, com destaque para a curta documental Oasis, realizada pelo canadiano Jonatas Rubert, que figurou na shortlist da 96.ª edição dos Óscares, ou Dancing Queen, de Aurora Gossé, estreada na Berlinale 2023.
A realizadora convidada desta edição é Lucie Sunková, da Chéquia, que irá apresentar uma sessão recheada a filmes da sua autoria, onde também haverá espaço para uma conversa com o público português e para um atelier de animação destinado a crianças a partir dos seis anos. A curta Suzi no Jardim, composta pela sua técnica de tinta a óleo sobre vidro, esteve na passada edição do Play.
Nas longas-metragens que irão estar em exibição conta-se Mighty Afrin: in the time of floods, do realizador grego Angelos Rallis, que durante cinco anos acompanhou a luta de uma órfã adolescente do Bangladesh contra as cheias que destruíram a sua comunidade. Pelo meio, parte em busca do pai num campo de refugiados climáticos. Este documentário passou em 2023 pelo festival MDOC, de Melgaço, onde venceu o Prémio Jean-Loup Passek para Melhor Longa-Metragem.
Apesar do Cinema São Jorge ser o epicentro do Play, o festival também se estende à Cinemateca Júnior com algumas actividades, como um atelier de dobragens e outro de construção de jogos ópticos, ou – no âmbito das celebrações dos 50 anos do 25 de Abril de 1974 – a cine-performance Bom dia Professora, em que a actriz Leonor Cabral conta como era a escola antes da revolução, através de excertos de filmes.
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