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Em modelo que funciona não se mexe e é mais ou menos esta a premissa do Festival Regador, que regressa este ano na sua segunda edição com quatro dias de festa, convívio, boa comida, oficinas e conversas, sejam elas sentadas na terra, em mantas de retalho ou em bancos improvisados. Neste pequeno oásis de Lisboa avesso ao cimento, e dinamizado pela associação Regador, repete-se a receita de 2023, mudando os nomes do cartaz.
Às 19.00 desta sexta-feira, dia 7, abre-se a porta para conhecer e explorar o espaço, em preparação para o primeiro evento do programa: o DJ set de Guillotina Cumbiera, o uruguaio-espanhol que assentou em Lisboa oscilando entre a cumbia e a chicha, numa espécie de "anarquia tropical".
O sábado começa às 11.00 com uma oficina sobre permacultura em vaso (para citadinos, pois), pelo colectivo HortasLx, e avança para outra aprendizagem: gestão de pragas, com o EcoCenter (às 12.00). Às 14.00 aprende-se a conservar sementes com as HortasLx. Às 15.00, várias associações juntam-se para partilhar ideias numa conversa aberta sobre hortas colectivas em contexto urbano e, às 17.00, fala-se sobre autonomia energética nas cidades, com as presenças confirmadas da Coopérnico e a Comunidade Energética de Telheiras. Às 21.00, sobem ao palco os afro-ritmos dos Irmãos Makossa. Durante todo o dia (das 12.00 às 19.00, mais precisamente), há mercado agrícola com produtos locais e das proximidades de Lisboa.
Já no Domingo, dia 9, às 12.00, há oficina de compostagem; às 14.00, aprende-se a fazer pão com massa-mãe e, às 16.00, há uma oficina de alimentação saudável dirigida a famílias. Às 18.00, apresenta-se o projecto Verde que te Quero. A noite guarda-se para A Minha Vida Dava Uma Banda Sonora, projecto musical da portuense soulsista, que não se fecha em estilos mas "raramente recusa um bom clássico", podendo navegar entre Gal Costa e Bjork.
O último dia, véspera de Santo António, é para os que gostam de festa mas preferem um compasso um pouco mais tranquilo do que os de Alfama. Às 21.00, acontece o concerto do brasileiro LuizGa, e a festa continua pelas 23.00 com a chegada de um conhecido da horta à cabine de DJ, Manifiesta, em que o folclore, o dub, a cumbia e os ritmos dos Balcãs podem facilmente encontrar-se.
Um lugar que é de todos
Sem horário definido – afinal, não estamos numa horta? –, vão também acontecer jogos e actividades a pensar em todas as idades. Um deles é "um jogo de tabuleiro à escala humana, sobre um dos mais preciosos recursos naturais – a água", adianta a organização à Time Out. Para lá da aprendizagem e da festa, o grande objectivo do Festival Regador é afirmar-se como algo que a cidade oferece pouco: "uma celebração da terra e da natureza".
O melhor que se faz na Horta do Alto da Eira, como diz Maria Freitas, da associação Regador, é "a partilha de conhecimento, tempo, recursos e histórias, em torno de um lugar que é de todos". Sem nunca se esquecer de brincar, dançar, beber e comer. A propósito, a comida do festival é assegurada pelo vizinho de bairro, Tati.
Horta Alto da Eira, Rua Frei Manuel do Cenáculo (Penha de França). 7, 8, 9 e 12 Jun. Vários horários. Entrada livre (a inscrição nas oficinas é feita no local, por ordem de chegada dos participantes).
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+ Já remou em busca do amor? Este sábado, pode fazê-lo (literalmente)