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O buraco foi escavado para se instalar um dos novos ecopontos subterrâneos, mas já se sabe o que pode acontecer quando se tira o pó do chão em Lisboa.
São onze as sepulturas encontradas esta semana no Poço do Borratém, a artéria que liga a Praça do Martim Moniz à Rua da Madalena. Falámos com um dos arqueólogos de serviço sobre este achado que está à vista de todos.
Quando passámos por ali, o arqueólogo Vasco Vieira, da empresa Cota 80-86, encontrava-se com a atenção toda virada para os esqueletos revelados pela pequena obra que está a ser acompanhada pela Câmara Municipal de Lisboa e pela Direcção-Geral do Património Cultural. Mas nem o trabalho o impede de tirar dúvidas a todos os curiosos que por ali vão passando e espreitando os trabalhos arqueológicos.
O que se sabe para já, explica-nos Vasco Vieira, é que é um cemitério de gente simples, datado entre os séculos XIV e XV. E que poderá estar associado tanto ao antigo Convento de São Domingos (onde hoje se encontra a Igreja de São Domingos), como a uma ermida que estava localizada na esquina com a Rua João das Regras.
O processo será moroso, mas uma coisa é certa: as ossadas não serão impedimento para a colocação de ecopontos e vão ser retiradas assim que possível. Até lá sinta-se à vontade para espreitar quem aqui descansa há séculos. A obra não foi totalmente tapada precisamente para que todos a possam acompanhar.
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