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Já corriam rumores de que seria assim, mas esta sexta-feira chegou a confirmação: a primeira gala do Guia Michelin Portugal está marcada para o dia 27 de Fevereiro do próximo ano no NAU Salgados Palace & Congress Center da Guia, em Albufeira. É a primeira vez que Portugal e Espanha têm eventos separados e esta tinha sido uma das grandes novidades da última gala.
Se em Espanha a gala que anuncia os restaurantes que conquistam as estrelas Michelin se mantém no final do ano – 28 de Novembro, em Barcelona –, em Portugal é preciso esperar até Fevereiro para se saber que novidades traz o guia, uma escolha de datas que divide o meio. O anúncio foi feito esta manhã numa conferência de imprensa em Faro e que contou com o apoio do Turismo do Algarve e do Turismo de Portugal.
Em comunicado, a Michelin aponta o Algarve como “uma das regiões ícone de Portugal”, “um dos destinos gastronómicos de referência na Europa, com uma vasta riqueza culinária que atrai inúmeros amantes da gastronomia, provenientes de todos os cantos do mundo”.
Os chefs Koschina Dieter, do restaurante Vila Joya (duas estrelas Michelin), e Rui Silvestre, do restaurante Vistas Rui Silvestre (uma estrela Michelin), vão ser os coordenadores gastronómicos do evento, o que significa que serão eles os responsáveis pelo jantar da gala, onde se prometem “alguns pratos e produtos emblemáticos da gastronomia lusitana”.
“A riqueza turística, cultural e gastronómica do Algarve faz da região um enorme marco na valorização da dimensão e panorama gastronómicos portugueses com a apresentação do Guia Michelin Portugal 2024”, lê-se ainda na nota, onde Gwendal Poullennec, director internacional dos Guias Michelin, destaca “a importância de Portugal enquanto destino de referência na Europa”.
Só no Algarve estão dois dos sete restaurantes portugueses com duas estrelas Michelin: o Vila Joya de Koschina e o Ocean, chefiado por Hans Neuner. Com uma estrela, além do Vistas de Rui Silvestre, há ainda o A Ver Tavira, de Luis Brito, em Tavira; o Al Sud, de Louis Anjos, em Lagos; o Bon Bon, de José Lopes, no Carvoeiro; o Gusto de Heinz Beck, em Almancil; e o Vista de João Oliveira, em Portimão.
Com a publicação de um guia dedicado ao nosso país, espera-se uma maior aposta na restauração nacional. A divisão entre Portugal e Espanha era um desejo antigo do sector, antevendo-se que isso possa ser sinónimo de uma maior representatividade no guia, já que até agora fica sempre a sensação de Portugal permanecer à sombra de Espanha. Veja-se a última gala: em Portugal, as contas resumiram-se às cinco novas estrelas – Encanto (José Avillez e João Diogo Formiga), Kabuki (Paulo Alves), Kanazawa (Paulo Morais), Euskalduna Studio (Vasco Coelho Santos) e Le Monument (Julien Montbabut) – e uma estrela verde para o Mesa de Lemos, restaurante de Diogo Rocha em Viseum, muito aquém de Espanha, que viu dois restaurantes conquistarem a terceira estrela, outros três vencerem a segunda e 29 a alcançarem a primeira, além de mais 13 estrelas verdes.
Resta saber se este novo guia se traduzirá também num incremento no número de inspectores portugueses.