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"A cidade de Lisboa está a poucos dias de poder ficar sem recolha de lixo durante nove dias. Se esta greve anunciada pelos sindicatos se concretizar, os lisboetas viverão dias muito difíceis", afirmou esta manhã, de 18 de Dezembro, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa (CML), Carlos Moedas, em reacção à paralisação dos trabalhadores da Higiene Urbana de Lisboa, que exigem melhores condições de trabalho e uma resposta adequada do executivo. Para o autarca, a quadra que aí vem será "talvez o momento mais difícil que vamos viver nestes três anos", sublinhou.
O Sindicato dos Trabalhadores do Município anunciou que a greve vai acontecer nos dias 26 e 27 de Dezembro e 1 e 2 de Janeiro (entre as 22.00 de dia 1 e as 06.00 do dia 2), sendo que também não haverá lugar ao trabalho extraordinário entre o dia de Natal e a véspera de Ano Novo. E as razões indicadas são várias. "Aos compromissos assumidos e não cumpridos somam-se as opções políticas deste executivo que permitiram abrir portas ao sector privado para a realização de determinadas funções associadas ao serviço público de higiene urbana, em todas as dimensões inaceitável”, sublinha o sindicato.
Em conferência de imprensa, Moedas garante, porém, que este executivo "tem feito tudo para melhorar as condições dos trabalhadores da higiene urbana", aproveitando para fazer "um último apelo aos sindicatos" e pedindo abertura para negociações, com o objectivo de evitar uma greve que considera "injusta". "Venham sentar-se à mesa e negociar, como temos feito nos últimos três anos. Garanto-vos que farei tudo para ir ao encontro das vossas reivindicações", prometeu, alegando que a CML está a cumprir os pressupostos do contrato assinado em 2023 e que, por isso, desconhece o motivo da greve anunciada, "depois de três anos de paz social".
"Tenham consciência e evitem depositar o lixo"
Se a greve se concretizar, o executivo vai accionar um plano B, do qual constam a criação de "uma equipa de gestão de crise 24 horas à disposição dos presidentes de junta" e a distribuição, por algumas zonas de Lisboa, de "contentores de obra onde as pessoas, em último caso, podem depositar o lixo". "Também é muito importante pedir às pessoas nestes dias que tenham consciência do que estamos a viver e evitem depositar o lixo, se puderem", afirmou Moedas.
A CML vai também solicitar aos grandes produtores de lixo que façam a sua própria recolha nesses dias, bem como pedir a colaboração com os municípios vizinhos, através da partilha de eco-ilhas móveis. "Já requisitámos os serviços mínimos, estamos a aguardar a decisão do tribunal, que deverá ser conhecida esta sexta-feira", declarou, por último, o presidente.
Apesar de Moedas ter sublinhado o investimento da CML na melhoria nas instalações e alterações no modelo de atribuição de folgas aos trabalhadores, entre outras acções, os trabalhadores da higiene urbana apontam problemas em matérias como a falta de espaços adequados para refeições, o “respeito pelo equilíbrio entre vida profissional e pessoal”, e a distribuição do trabalho suplementar. Não fica de fora a crítica aos “castigos informais, associados à política arbitrária do 'quero, posso e mando'", como se pode ler na nota publicada na página do sindicato.
Recorde-se que Lisboa produz, em média, 900 toneladas de lixo por dia, sendo a altura entre o Natal e o Ano Novo um dos períodos de maior produção de resíduos urbanos.
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