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"Património sustentável, Museus sustentáveis: porquê, como e com quem?" inaugura o programa da Academia do Museu Gulbenkian, esta quarta-feira, 27 de Setembro. A conferência internacional tem como foco o papel do sector dos museus e do património no combate às alterações climáticas, bem como a promoção da sustentabilidade. Os painéis contam com a participação de Anne de Wallens, representante do Museu do Louvre, Daniel Vega, do Museu Guggenheim Bilbao, e Rui Xavier, conservador do Museu Gulbenkian.
A Academia do Museu Gulbenkian pretende criar um espaço regular de debates profissionais e aprendizagem sobre temas transversais a museus de todo o mundo. O programa da Academia dedica ainda um curso sobre Inteligência Artificial no estudo de manuscritos, em colaboração com a Universidade Aga Khan de Londres, a 27 de 28 de Outubro, e também um workshop aberto sobre "Imagens, Texto e Objecto na Idade Digital", focado no tratamento de colecções museológicas no espaço virtual, em Novembro.
A programação da conferência, organizada pela Fundação Calouste Gulbenkian e a Direcção Geral do Património Cultural (DGPC), reflecte acerca do impacto das alterações climáticas e da utilização energética nos museus e monumentos. Este sector procura estimular a produção e difusão do conhecimento, promover a discussão e impulsionar a experimentação e inovação rumo a uma sociedade mais sustentável.
O encontro foca-se em diferentes vertentes deste tópico, através de estudos de casos e testemunhos das melhores práticas implementadas em instituições de referência em Portugal e em toda a Europa. Após arrancar com uma sessão de abertura, às 9.15, e uma introdução, às 9.30, a conferência de abertura “O Desenvolvimento Sustentável no Louvre: Um Esforço a Longo Prazo e de Múltiplas Faces”, às 9.45, conta com Anne de Wallens, co-coordenadora da secção de colecções do plano de emergência em caso de inundações do Louvre e responsável pela auditoria do plano de emergência do Louvre-Abu Dhabi, e centra-se nas questões com que o Louvre se confronta em torno do desenvolvimento sustentável e a responsabilidade social corporativa.
Daniel Vega apresenta a discussão “Sustentabilidade Ambiental no Museu Guggenheim Bilbao”, às 17.00, que aborda os planos de sustentabilidade do museu, partilhando exemplos de eficiência energética e economia circular, iniciativas de programação e, também, projectos de sensibilização e colaboração.
A conferência divide-se ainda em dois painéis. O primeiro, “Liderando o Caminho: O Papel das Organizações Internacionais”, é moderado por um dos coordernadores da iniciativa, Rui Xavier, conservador do Museu Gulbenkian. Às 11.00, Rohit Jigyasu, do Centro Internacional de Estudos para a Conservação e Restauro de Bens Culturais (ICCROM), participa, online, numa conversa acerca das políticas, estratégias e medidas de planeamento necessárias para a mitigação dos riscos e adaptação às alterações climáticas, incluindo uma análise de várias iniciativas internacionais empreendidas pelo ICCROM de forma a reduzir os riscos climáticos e reforçar a resiliência do património cultural. Às 11.20, Soraya Genin, do Conselho Internacional dos Museus e Sítios (ICOMOS), protagoniza uma conversa em que são dados exemplos de boas práticas e publicações do ICOMOS, centradas nas alterações climáticas e nos objectivos do desenvolvimento sustentável. Hélène Vassal, da ICOM França, participa, virtualmente, no “Museu Sustentável: Um Modelo a Criar”, às 11.40, que destaca os novos desafios associados à conservação. Seguem-se Estelle De Bruyn & Annelies Cosaert, membros da coordenação de Climate2Preserv no IRPA (Institut Royal du Patrimoine Artistique) e NEMO (Network of European Museums Organisation), às 12.00, para falar sobre a Unidade de Sustentabilidade KIK-IRPA na Preservação do Património.
“Museus no Século XXI: Caminhando de Forma Sustentável” é o painel moderado por Margarida Mafra, do Centro de Arte Moderna. Às 14.30, através de uma participação online, a curadora Lucia Pietroiusti, da Serpentine Galleries, discute acerca dos papéis que a arte, a cultura e as organizações culturais podem desempenhar tendo em vista a justiça e o equilíbrio ambiental. De seguida, Helena Barranha, da FCSH da Universidade Nova, fala sobre experiências recentes, no campo da arquitectura de museus, que privilegiam a reutilização, a integração e a economia de recursos de forma a preservar o património e o ambiente, pelas 14.50. Às 15.10, é a vez de Andreia Ruivo, da FCT da Universidade Nova, de participar na discussão “Materiais e Sustentabilidade. Desafios e Expectativas para as Práticas Artísticas e Expositivas: o Caso da Cerâmica e do Vidro”. Miguel Magalhães, da Fundação Calouste Gulbenkian, dá por encerrado o painel com “Um Centro de Artes a Pensar no Futuro”, às 15.30.
Às 16.45, decorre uma sessão de reflexões, protagonizada por Jessica Hallett, do Museu Calouste Gulbenkian, e, por fim, às 17.45, António Filipe Pimentel, director do Museu Calouste Gulbenkian, apresenta os seus apontamentos finais.
O evento acontece na sala 1 da Fundação Calouste Gulbenkian e tem entrada livre, sujeita à lotação do espaço. Este decorre em português e inglês, com tradução simultânea, tendo transmissão em directo na página da fundação.
Fundação Calouste Gulbenkian. 27 Set, 9.15-17.45. Entrada livre
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