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Este Verão deu-nos provas de sobra de que o clima está a mudar drasticamente, desde as tempestades na Grécia aos incêndios florestais em Portugal. No entanto, não é apenas a estação mais quente do ano que está a ser gradualmente mais afectada pela emergência climática – a estação mais fria também não escapa.
No ano passado, noticiámos por esta altura que La Sambuy, uma estância situada na pequena cidade francesa de Faverges-Seythenex, iria encerrar definitivamente devido à falta de neve e, agora, perante uma janela temporal cada vez mais reduzida de boas condições para a prática do ski, há outra estância a anunciar o seu encerramento.
Alpe du Grand Serre, um conjunto de seis pequenas aldeias situadas a 1368 metros de altitude, abriu como estância de desportos de Inverno há 85 anos e é a segunda mais antiga da região de Isère. No entanto, Coraline Saurat, presidente da autarquia local, anunciou que os vereadores votaram contra a sua reabertura este Inverno, num “desfecho infeliz”, cita o Guardian.
O motivo? Falta de dinheiro e falta de neve. Enquanto algumas estâncias maiores lidaram com a diminuição da temporada de neve estabelecendo-se como destinos durante todo o ano, a autoridade local em Alpe du Grand Serre afirmou que a falta de financiamento os impede de fazerem o mesmo.
Desde 2021, já foram gastos quase 3 milhões de euros a tentar seduzir visitantes durante os meses de Verão, com percursos pedestres e de bicicleta, mas essa verba esgotou-se. Além disso, tem havido uma falta de investimento a longo prazo nas infra-estruturas da estância ao longo das últimas quatro décadas, o que dificilmente ajudou a situação.
Grand Puy, uma estância de altitude semelhante situada nos Alpes-de-Haute-Provence, também anunciou o seu encerramento e, embora pareça inevitável que mais estâncias encerrem as suas pistas (180 estâncias francesas já o fizeram desde a década de 1970), isso não torna a notícia mais fácil para as comunidades locais. “Estamos devastados e chocados. É uma decisão brutal que acontece dois meses antes da nossa abertura”, disse Lauranne Vincent à televisão France 3. Na aldeia vizinha de La Morte, devem ser afectados 200 postos de trabalho e a subsistência de 150 pessoas.
“Fomos deixados completamente ao abandono. Ainda temos empréstimos para pagar, uma vez que só cá estamos há quatro anos. Quem é que os vai pagar? As nossas vidas foram arruinadas. É isso que nos vai acontecer”, desabafa Frédérique Laurence, dona de uma mercearia em La Morte.
Para conhecer algumas estâncias de ski menos conhecidas e mais acessíveis na Europa que não poupam na paisagem, pode consultar o nosso resumo aqui.
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