Notícias

Há muita música para celebrar o centenário de Carlos Paredes, mas não só

As festividades vão estender-se ao longo do ano e não vão acontecer apenas em Portugal, com um concerto especial em Osaka.

Hugo Geada
Escrito por
Hugo Geada
Jornalista
Carlos Paredes
DRCarlos Paredes
Publicidade

“Onde se ouvir Carlos Paredes, ouve-se Lisboa e ouve-se Portugal.” Quem o diz é o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas. O autarca foi o primeiro a falar na apresentação da programação que vai celebrar o centenário do inconfundível guitarrista português. Entre as centenas de eventos agendados – que vão acontecer em Portugal e além-fronteiras – estão (obviamente) inúmeros concertos, mas muito mais.  

O programa está dividido em três áreas: artes performativas e música; investigação, memória e património; e programas educativos.  

Entre os destaques da programação está o espectáculo que vai inaugurar as festividades, a 5 de Fevereiro, no São Luiz (20.00). Em No Centenário de Carlos Paredes, vamos poder ouvir a Orquestra Metropolitana de Lisboa a adaptar músicas do guitarrista – que tocou neste espaço em 1992 – como “Canto do Amanhecer”, “Verdes Anos” e “Dança Palaciana”, entre outros temas, assim como uma homenagem ao compositor Joseph Haydn e uma interpretação que mistura “Moto Perpetuo de Paganini e “Movimento Perpétuo” de Paredes. 

Entre os muitos tributos ao artista português, um dos principais é Perpétuo – Tributo a Carlos Paredes , marcado para 6 de Fevereiro no Grande Auditório do Centro Cultural de Belém (20.00). Este espectáculo pluridisciplinar vai revisitar algumas das suas principais composições, cruzando em palco músicos de diferentes gerações, como Gaspar Varela (membro do Expresso Transatlântico e da equipa que acompanhou Madonna na tour Madame X), Bernardo Couto, Ricardo Parreira, Luís Guerreiro (guitarra portuguesa), ou Ricardo Toscano (saxofone). A encenação é de Diogo Varela Silva (realizador responsável pelo filme Zé Pedro Rock'n'Roll). 

No dia de aniversário de Carlos Paredes, 16 de Fevereiro, a Aula Magna vai receber um espectáculo, às 18.00, que contará com uma série de nomes conhecidos e talentosas da música nacional. Nomeadamente, artistas aclamados pela carreira a solo, como Mário Laginha (piano) e A Garota Não (voz). 

Mas esta não vai ser a última vez que vamos ver o nome de Laginha nestes tributos. O pianista vai também prestar homenagem a Carlos Paredes no Theatro Circo, em Braga (21 Fev). Neste concerto, onde vai estar acompanhado por Julian Arguelles (saxofone), Romeu Tristão (contrabaixo) e João Pereira (bateria), vai mostrar um percurso musical que une a riqueza harmónica do jazz à sonoridade inconfundível de Carlos Paredes. 

Outro nome aclamado da música portuguesa que vai assinar um tributo ao guitarrista é Norberto Lobo, um descendente do som criado por Paredes. Juntamente com o guitarrista norte-americano Ben Chasny, o duo vai actuar na Culturgest (Lisboa, 13 Fev), no gnration (Braga, 14 de Fev), no Auditório de Espinho (15 de Fev), no Convento de S. Francisco (Coimbra, 16 de Fev), no Teatro das Figuras (Faro, 18 de Fev) e no Festival Tremor (Ponta Delgada, Abril). 

A propósito desta efeméride, vai também acontecer a primeira edição do Festival de Guitarra Portuguesa. O evento acontece a 7 e 8 de Março nos palcos do Capitólio, do Variedades e do Cinema São Jorge, e vai contar com concertos de Orquestra Sinfonietta de Lisboa (maestro Vasco Pearce de Azevedo) e Paulo Soares; José Manuel Neto; Entre Paredes – Sexteto Bernardo Moreira; Pedro Caldeira Cabral; Bernardo Couto & Martin Sued; Daniel Freire; Luísa Amaro; Luís Coelho; MPex, Pedro de Castro convida David Ribeiro e Eurico Machado; Henrique Fraga; Armindo Fernandes. 

O objetivo desta celebração é também levar a música de Carlos Paredes além-fronteiras. Desse modo, o grupo Alvorada – António José Moreira (guitarra portuguesa), Ricardo Dias (guitarra portuguesa) e Pedro Lopes (viola) – vão actuar na Exposição Mundial de Osaka 2025, a 1 de Maio, de forma a recordar o concerto que o guitarrista fez nesta cidade em 1970. 

Os eventos fora de Portugal acontecem também a propósito do Festivais Internacionais Consagrados a Carlos Paredes. Este certame itinerante passa por 17 cidades (como Madrid, Pequim, Cidade do México ou Rio de Janeiro), 12 países e quatro continentes. Alguns dos artistas que vão participar nos concertos são Carminho, Katia Guerreiro, António Zambujo ou Teresinha Landeiro.

Além da música, existe muito para explorar o legado do guitarrista. Nomeadamente, exposições, edições (de livros e discos), a exibição de documentários e filmes e diversos colóquios. 

Existe ainda um importante programa educativo com workshops e aulas que prometem aproximar os interessados à arte e engenho de tocar guitarra portuguesa. Além de aprender a usar este instrumento, pode também aprender a construí-lo, com um workshop, que vai decorrer de Fevereiro a Dezembro, na Oficina da Guitarra do Museu do Fado. 

🍿 Filmes e séries para 2025 – leia grátis a nova edição da Time Out Portugal

🏃 O último é um ovo podre: cruze a meta no FacebookInstagram e Whatsapp

Últimas notícias

    Publicidade