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O novo restaurante italiano da Baixa tem o foco bem definido. Chama-se La Risotteria, fica no primeiro piso do The Lift Boutique Hotel, e tem quatro tipos de arroz diferentes: o mais conhecido arbório, o carnaroli, o vialone nano e ainda o venero. Tudo para fazer só risotos.
É, provavelmente, um dos pratos italianos mais difíceis de fazer – as provas do programa de televisão MasterChef que o digam –, e é o único que vai encontrar neste novo restaurante italiano da Baixa. Nem pergunte pelas pastas.
"Em Itália há imensas risotterias e eu gosto muito de risoto. Em Lisboa atropelam-se com as pizzas, com as pasta fresca mas nunca ninguém abriu um restaurante de risotos. É isso e o panzerotto [semelhante a uma mini-calzone, mas frito em vez de feito no forno]”, diz Sérgio Morais, dono desta La Risotteria. Por enquanto ficou-se pelo risoto e chamou o chef Marcelo Santos, que trabalhou vários anos com o italiano Giorgio Damásio, consultor da Mercantina, e nos últimos anos chef na ZeroZero. A carta é, então, completamente dedicada a esse prato de arroz italiano mas foge ao tradicional e divide-se entre peixe, carne e vegetariano.
Nos risotos de peixe há o venere, um arroz negro com um tempo de cozedura superior e quase sem goma, com o peixe fresco do dia e uma crosta de azeitona (14,20€), o vialone nano com bacalhau fumado com cerejeira (13,70€) ou o arbório tostado com polvo e grelos salteados (14,50€), que à primeira vista nem parece, de todo, um risoto. “Não leva nenhum caldo de peixe e é tostado, o arroz fica como uma espécie de hambúrguer na base do polvo, crocante por fora e cremoso no interior”, explica Marcelo.
Seguem-se os de carne, com o ossobuco servido com risoto à milaneza (14,50€), o carnaroli com pancetta, foie gras e maçã verde (12,50€) ou um prato que vem responder às exigências de um bife com batatas fritas: novilho fatiado com uma espécie de arancini, recheado com risoto, a fazer as vezes das batatas (14,50€). Nos vegetarianos há o de cogumelos e trufa (12,50€), de espargos e tomate seco em caldo de miso (11,80€) ou o aparentemente mais simples de tomate San Marzano e mozzarella de búfala. “Temos alguns twists de cozinha molecular”, diz o chef, explicando, por exemplo que os tomates no topo deste último risoto são esferificações e que nas entradas há também umas azeitonas explosivas (2€).
Como qualquer bom restaurante italiano que se preze, no capítulo doce há um tiramisú. Este tem uma apresentação cuidada, não é servido à fatia nem empratado numa taça, e o o licor de café é substituído por Amazake, um vinho de arroz japonês doce, de teor alcoólico baixo, fabricado pela fermentação do arroz. O café está antes numa bola de gelado servida ao lado do biscoito (4€). Há ainda panacotta de frutos exóticos com maracujá e gelado de ananás (4€) ou uma merengada com chocolate de cacau de São Tomé e Príncipe e chantilly de arroz (4€).
O espaço interior do restaurante, resguardado por estar num primeiro andar, tem sofás em veludo e um ambiente meio vintage, a combinar com os posters antigos da Martini, com quem têm uma parceria neste restaurante, e que dinamizará o terraço, onde também vão servir refeições.
The Lift Boutique Hotel, Rua Áurea, 265 (Baixa). 96 023 5247. Seg-Dom 12.00-22.30.