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Nesta nova loja da cidade não há novidades, apenas antiguidades. Fomos conhecer a Toy Department.
Depois de anos a vender em feiras, Jorge Santos decidiu avançar para uma loja, depois de ter descoberto uma paixão por brinquedos. Nem sempre foi assim. Tudo começou com “coisas em segunda mão” até ao dia em que comprou um lote de brinquedos antigos. Sem saber, começava o negócio que hoje dá a conhecer na Toy Department, a loja que abriu muito perto da Avenida da Liberdade. O negócio são os brinquedos com os quais não podemos brincar, apenas sonhar.
Entrar nesta loja é uma viagem no tempo, como se entrássemos num pequeno museu repleto de segredos por descobrir. É por isso que Jorge Santos não estranha a curiosidade de quem passa na Rua do Telhal. “A maior parte das pessoas vem conhecer”, diz-nos, explicando que os seus principais clientes são coleccionadores. Foi, aliás, com eles que tudo começou. A loja até já existia, mas não aberta ao público – era aqui que guardava tudo entre feiras. Neste momento, com a loja aberta, Jorge já só vende na Feira da Avenida, que acontece ao segundo fim-de-semana de cada mês.
“Quando comprámos o lote dos brinquedos e os pusemos à venda na Internet percebemos logo que havia interesse”, conta. “Mas a verdade é que assim que começamos a conhecer as peças, vamos também nós desenvolvendo um gosto muito próprio”, acrescenta o enteado, Gonçalo, que acompanha Jorge nesta aventura.
É Gonçalo quem nos mostra alguns brinquedos especiais da loja, cujos preços variam – podem ir dos 20 aos dez mil euros. Tudo depende do que procura e, obviamente do estado do brinquedo.
Gonçalo gosta especialmente de um carrinho com mudanças, qual carro a sério, fabricado em 1936 na Alemanha (na foto). É um Schuco Examico e como este tem mais nas prateleiras. Mas há peças ainda mais antigas, do século XIX. Há um comboio a vapor, lanternas mágicas com slides de vidro, caixas de música e tudo o que conseguir imaginar. Se procura algum brinquedo específico, passe pela loja porque Jorge está sempre à procura de novidades, ou antiguidades.
“Cada brinquedo tem a sua magia”, diz. E cada um traz consigo a história da época. Há carros do tempo da Segunda Guerra com pequenos preciosismos como a informação do fabrico: foi na Alemanha mas em território dos Aliados. Há outros que marcam acontecimentos, como um pequeno carro em chapa de 1908 que celebra a corrida Pequim-Paris que aconteceu no ano anterior.
Mas não é preciso ir tão longe. Sem lições de História, a Toy Department pode ser apenas um momento de nostalgia.
Rua do Telhal, 25/27. Seg-Sáb 12.00-19.00.