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Há uma “preciosa antiguidade egípcia” para ver na Gulbenkian

Trata-se de um raro vaso em calcário, utilizado nos rituais fúnebres do Antigo Egipto. Pode ser visto a partir desta quinta-feira, 12 de Janeiro.

Raquel Dias da Silva
Jornalista, Time Out Lisboa
Museu Calouste Gulbenkian
© Museu Calouste GulbenkianPreciosa antiguidade egípcia da Ny Carlsberg Glyptotek de Copenhaga
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Com a exposição “Faraós Superstars” a decorrer, não poderia chegar em melhor altura. A partir de 12 de Janeiro, o Museu Calouste Gulbenkian exibe uma “preciosa antiguidade egípcia”, vinda directamente da Ny Carlsberg Glyptotek, em Copenhaga. Trata-se de um vaso em calcário, utilizado nos rituais fúnebres do Antigo Egipto, que se destaca pelo bom estado de conservação em geral e a surpreendente expressividade do rosto que decora a sua tampa.

Utilizados desde o Império Antigo (2570-2450 a.C.) até ao período Ptolemaico (305-30 a.C.), os vasos canópicos serviam para conservar os órgãos internos do defunto, que eram removidos durante o processo de mumificação, o embalsamamento do Antigo Egipto, e posteriormente colocados no respectivo túmulo. O conjunto completo era composto por quatro destes vasos, cada um dedicado a um deus protector do túmulo e dos diferentes órgãos: Imseti protegia o fígado; Hapi os pulmões; Quebesenuefe os intestinos; e Duamutefe o estômago.

“Devido aos recorrentes saques perpetrados contra os túmulos do Antigo Egipto, sobretudo os dos personagens mais relevantes, nomeadamente os faraós enterrados no Vale dos Reis – poucos foram os túmulos que chegaram inviolados e com todo o seu espólio aos nossos dias e, portanto, também não são muitos os vasos canópicos que nos chegaram intactos”, lê-se no site do museu. “O vaso que está agora em exposição é, no entanto, um exemplar particularmente interessante, não só devido ao seu bom estado de conservação, que inclui a policromia da tampa quase intacta, mas também devido ao seu carácter extremamente expressivo, fugindo às representações mais formais e hieráticas da face que decora habitualmente, como aqui, a tampa do vaso.”

O vaso canópico, que agora é apresentado, pertenceu a um homem chamado Iunefer, exumado de um túmulo em Hawara, perto do oásis de Fayum, e a inscrição que o nomeia refere também o Filho de Hórus Duamutefe – pelo que seria o estômago do defunto que aqui terá sido guardado –, bem como a deusa Neith, que também protegeria esse mesmo órgão. Patente no museu até 10 de Abril, junta-se assim à colecção de arte egípcia que Calouste Gulbenkian reuniu entre 1907 e 1942.

Para quem quiser saber mais sobre a peça em questão, está prevista uma visita e conversa (com interpretação em Língua Gestual Portuguesa) com o curador, no dia 23 Fevereiro, pelas 17.00. E a 25 de Março há uma visita orientada, pelas 16.00. Ambas as propostas têm um custo de 10€.

Museu Calouste Gulbenkian. Seg, Qua-Dom 10.00-18.00. 5€-10€

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