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Harrison Ford e o último Indiana Jones: “É uma despedida magnífica”

Na derradeira aventura como o mais famoso arqueólogo da ficção, Harrison Ford diz o que podemos esperar de ‘Indiana Jones e o Marcador do Destino’. Estreia a 29 de Junho.

Renata Lima Lobo
Escrito por
Renata Lima Lobo
Jornalista
Indiana Jones and The Dial of Destiny
©Jonathan Olley/ Lucasfilm Ltd. & TMHarrison Ford, em 'Indiana Jones e o Marcador do Destino'
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Já passaram mais de 40 anos desde a estreia do primeiro filme Indiana Jones, uma criação que juntou o produtor George Lucas e o realizador Steven Spielberg numa das mais bem sucedidas aventuras da história do cinema. Indiana Jones e o Marcador do Destino marca o final da saga e a Time Out esteve presente, por videoconferência, numa conferência de imprensa global com a presença do realizador e argumentista James Mangold e os protagonistas Harrison Ford, Phoebe Waller-Bridge e Mads Mikkelsen.

Embora em papéis mais secundários, é de sublinhar que este último capítulo marca também o regresso dos actores Karen Allen, como Marion (Os Salteadores da Arca Perdida, Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal), e John Rhys-Davies, como o egípcio Sallah (Os Salteadores da Arca Pedida, Indiana Jones e a Última Cruzada), num elenco que conta também com os actores Antonio Banderas, Toby Jones e o jovem Ethann Isidore.

Sobre o personagem principal, que neste filme está prestes a arrumar as botas – mais o chapéu e o chicote –, Harrison Ford resume assim esta fase da vida de Indy. “Estamos a vê-lo após uma ausência de 15 anos. Envelheceu um pouco, está a reformar-se. Encontramo-lo no último dia da sua vida académica, que não foi inspiradora para ele. Penso que o encontramos num ponto da vida em que está mais em baixo, em que nunca o vimos antes. Mas funciona muito bem dramaticamente, porque nesse momento também estamos a introduzir a Phoebe com a personagem que realmente estimula a narrativa. Suponho que a sua fraqueza [de Indiana Jones] sejam os estragos do tempo”.

Indiana Jones and the Dial of Destiny
©Lucasfilm Ltd.Phoebe Waller-Bridge, em Indiana Jones e o Marcador do Destino

O apelido de Phoebe é Waller-Bridge, actriz britânica que se popularizou com a série Fleabag (2016-2019), da qual é autora e protagonista (a título de curiosidade, Waller-Bridge integrou o elenco do filme Han Solo, como a dróide L3-37). Em Indiana Jones e o Marcador do Destino interpreta Helena, afilhada de Indy e também arqueóloga, embora se envolva em leilões ilegais de valiosos artefactos. “É a pessoa certa para entrar na vida dele [Indiana Jones] neste momento, porque parece que ele está um pouco num beco emocional. E também acho que ele está agora a viver num tempo em que o foco mudou. As pessoas estão a olhar para o futuro. As pessoas estão a olhar para a Lua”, diz a actriz, referindo-se ao tempo da acção deste filme, que decorre numa América dos anos 1960, numa altura em que se assinala a viagem à Lua e se protesta contra a Guerra do Vietname. Um tempo, sublinha Waller-Bridge, em que as pessoas não estão propriamente entusiasmadas com o mundo pelo qual Indiana Jones é apaixonado, mais ligado ao passado do que ao futuro. “Ela traz uma paixão pela arqueologia, uma paixão pela aventura, e acho que isso o anima novamente”, continua.

Indiana Jones and the Dial of Destiny
©Lucasfilm Ltd.Mads Mikkelsen, em Indiana Jones e o Marcador do Destino

O mau da fita é também uma cara conhecida: o dinamarquês Mads Mikkelsen. Já foi o inimigo de James Bond Le Chiffre, em Casino Royal (2006), ou o famoso serial-killer Hannibal Lecter na série televisiva (2013-2015), e agora abraça um papel de nazi, vilões recorrentes nas histórias de Indiana Jones. Segundo James Mangold, este nazi chamado Jürgen Voller tem algumas nuances. “O nazi neste filme faz parte do tecido americano e de um empreendimento científico em curso nos Estados Unidos na corrida espacial. Então, instantaneamente, essa simples mudança torna o personagem diferente. Ele é brilhante, está integrado na vida deste país, mas mantém uma espécie de missão própria. O que é diferente do que já vimos antes.” Sobre interpretar mais um vilão, Mikkelsen explica um pouco do processo de construção do personagem. “Tento encontrar o que os humaniza até certo ponto. Se não me consigo relacionar com o que sonham, substituo isso por algo com que eu possa sonhar, porque esse personagem tem paixão. E se eu não a compreendo, terei que substituir essa paixão por algo mais.”

Mikkelsen, hoje com 57 anos, recorda que cresceu com os filmes de Indiana Jones, que, na sua opinião, moldaram a sua geração. “Tenho muitos amigos que são realizadores de cinema e que começaram por causa daquele filme [Os Salteadores da Arca Perdida, 1981]”, diz, recordando quando era mais jovem e, mais do que actor, queria ser o Indiana Jones. “Todos nós queríamos ser o Indy. Ainda queremos. É uma honra fazer parte deste mundo, 42 anos depois.” Os filmes moldaram também o “amor pelo cinema” de Mangold, diz o realizador, para quem esta foi uma “oportunidade gloriosa” e uma das “grandes experiências” da sua vida.

Nesta que foi a última vez que Harrison Ford é Indiana Jones, o actor que também nos deu Han Solo agradece a generosidade do público que tem acompanhado esta aventura nas últimas décadas. “Tentámos moldar uma história que trouxesse este personagem de volta às suas vidas com uma história interessante. E penso que, tendo em conta as pessoas envolvidas no personagem e a natureza da história que o James criou para nós, é uma despedida magnífica.”

Indiana Jones e o Marcador do Destino. Estreia a 29 de Julho nas salas de cinema

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