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Hello, Kristof: de sítio de pequenos-almoços a loja de revistas com café de especialidade

hello kristof
Manuel Manso
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Passou de café com revistas, para uma loja de revistas com café. O Hello, Kristof já não tem ovos, tostas de abacate ou bowls de açaí para lhe oferecer – em vez disso há grandes expositores com revistas especializadas difíceis de encontrar noutro local em Lisboa. Para ir bem com as leituras ainda há café de especialidade e bolinhos caseiros. 

Em Dezembro fizeram uma venda de garagem para despacharem quase tudo o que tinham: pratos, canecas, mesas, cadeiras e revistas, tudo pronto a ganhar uma nova casa. Começaram as perguntas: “Vão fechar para sempre?”, “Vão mudar de donos?”, “E o espaço, está à venda?”. Não, o Hello, Kristof não vai fechar, não vai mudar de dono e não vai sair da sua morada que, há mais de três anos, fez renascer o Poço dos Negros.  

O cenário era quase todos os dias o mesmo: interior ao estilo nórdico, gente com pinta ao computador ou de revista na mão e café na mesa acompanhados por uma tosta de abacate – e quase sempre se geravam filas à porta, à espera do próximo lugar a vagar no sítio da moda.

“Quando abrimos, há três anos e meio, o Hello, Kristof era o primeiro do seu género aqui no bairro e até mesmo em Lisboa”, conta Ricardo Galésio, responsável pelo espaço. “Sempre nos assumimos como ‘Coffee and Magazines’, mas no início não tínhamos espaço para stock então optámos por valorizar mais a comida e criar um sítio para pequenos-almoços, que antes não havia aqui.”

Manuel Manso

Passado todo este tempo, o bairro cresceu e a concorrência seguiu-lhe o passo – “agora servimos todos o mesmo, por isso senti que estava na altura de voltar à ideia inicial”, confessa. “Tornou-se tudo um bocado caótico, as filas de espera, a pressão para nós servirmos e os clientes comerem para entrarem outros. Deixou de existir o propósito da fruição, da leitura, com calma”.  

A decisão tendeu para as revistas, que ganharam mais peso na balança, transformando o Hello, Kristof numa “loja de revistas com coffee shop dentro”, refere Ricardo. A decoração mudou ligeiramente, mas nem por isso o sítio deixou de ser um porta-estandarte do estilo escandinavo e minimalista, com madeiras em estado natural, candeeiros suspensos, plantas e cores claras que ajudam a iluminar o espaço. Não há mesas corridas, apenas uma ou outra cadeira e banco para poder beber um café, lentamente. 

Manuel Manso

As prateleiras ocupam duas paredes do Hello, Kristof e expõem alinhadamente cada edição de revistas como a Another Man, Kinfolk, Wallpaper The New Yorker, Faune, Anorak, Numéro, The Gourmand, Dinette, Sirene Journal, Dust, Holiday, Petite Passport, Milk, Elephant, Farmlife ou  Lunch Lady. 

Por agora, Ricardo tem a dourar os expositores cerca de 65 edições, independentes e outras mais comerciais, e alguns livros, tudo com temas tão variados como cinema, moda, queer, lifestyle, gastronomia, arquitectura ou fotografia. Em breve, conta que esse número cresça. “Ainda há muito espaço para ocupar. Eu tenho um fascínio pela estética japonesa e pelas revistas que eles fazem, gostava de ter mais oferta dessa por aqui, até porque há procura também”, diz. 

Do balcão continuam a sair expressos, americanos, café de filtro, cappucinos, lattes e chás com croissants, bolos e bolachas caseiras para tapar o ratinho no estômago. Há pacotes de café das marcas Kiss the Hippo e La Cabra que a clientela pode comprar para fazer em casa.   

Manuel Manso

Ricardo também quis alargar o leque de possibilidades nas vendas, para juntar ao café e às revistas, e foi fácil chegar à inglesa Earl of East. Está no mundo desde 2014 e nasceu da paixão de Niko Dafkos e Paul Firmin pelas fragrâncias e o poder que têm numa casa. Produzidos artesanalmente em Londres, começaram por ser apenas velas para depois expandirem a gama com produtos de banho, óleos essenciais ou sprays para dormir – agora todos disponíveis no Hello, Kristof (23,50€-28,50€).

Rua do Poço dos Negros 103. Seg-Sex 09.00-18.00. coffee@hellokristof.com.

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