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No projecto de arquitectura desenhado nos anos 90 por Vittorio Gregotti e Manuel Salgado/Atelier Risco, os módulos 4 e 5 já lá estavam. Mas primeiro vieram o que hoje conhecemos como o complexo que mudou para sempre a zona ribeirinha de Belém (com grande polémica, pelo impacto visual), formado pelo Centro de Congressos, Centro de Espectáculos e o actual Museu MAC/CCB. Agora, prevê-se que em 2028 o Centro Cultural de Belém (CCB) ganhe duas novas alas, ou seja, mais 20 mil metros quadrados.
Caberá ao grupo Alves Ribeiro, vencedor do concurso internacional de construção, conforme anunciou a instituição a 26 de Dezembro, erguer um hotel de 161 quartos, um conjunto de 126 apartamentos turísticos, bem como uma área de comércio e serviços. No projecto, destacam-se o "ambiente de luxo" e a ubiquidade das artes, já que tanto os espaços exteriores como os interiores contarão com a presença de diferentes peças.
"Todo o espaço público deste novo 'bairro' será pontuado por obras de arte", pode ler-se na proposta, especificando possibilidades como a exposição de esculturas ou projecções de vídeo e pinturas, "à semelhança da iniciativa tida pelo Museu Nacional de Arte Antiga em 2015 de expor reproduções de pinturas do acervo na rua". Ao mesmo tempo, o novo Quarteirão das Artes de Belém, como é chamado, deverá manter uma ligação à literatura e poesia de autores portugueses, com frases inscritas no pavimento.
Mais receita, mais oferta
Já a parte reservada ao comércio e serviços contará com espaços expositivos, ateliers, estúdios, lojas e restaurantes. Há ainda um espaço reservado ao audiovisual, descrito na proposta como uma "sala de cinema para 55 pessoas", que "vai permitir também outros usos, tais como reuniões de empresas ou outro tipo de eventos de escala mais reduzida ou intimista".
Para a administradora da Fundação CCB, Madalena Reis, os novos módulos constituem “um projecto estratégico, essencial para a vida da fundação”. Em parte, a estratégia assenta na obtenção da receita da subcessão do direito de superfície dos terrenos em causa, durante 65 anos. A nova fonte de financiamento vai "permitir aumentar a qualidade da oferta cultural do CCB, alavancando também as suas receitas próprias", na visão de Madalena Reis, para quem “é cada vez mais importante" que a fundação "diversifique as suas fontes de receita".