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Quem já conhece os restaurantes italianos do chef britânico noutras cidades não vai notar grande diferença. Está lá tudo: a decoração, a carta, o serviço. Fomos conhecer o Jamie’s Italian, o primeiro restaurante de Jamie Oliver em Portugal, que abriu no Príncipe Real neste fim-de-semana. Às 13.30 deste domingo, a espera por mesas já era tal que o restaurante não aceitava mais reservas para o almoço. Mas quem tinha reservado mesa, como nós, não demorou a sentar-se.
Da rua ninguém diz que o restaurante está cheio. Há pessoas a passar, algumas param por curiosidade, mas nada de muito diferente dos outros dias. Entrando no restaurante, no entanto, o cenário é outro. As pessoas amontoam-se à espera de uma oportunidade para provar alguns dos pratos emblemáticos do restaurante italiano de Oliver.
Logo à entrada, percebemos onde estamos. Os livros de Jamie Oliver estão em destaque, mesmo em frente à porta da rua, juntamente com as tábuas de madeira e os guardanapos de pano – tudo à venda.
Entramos e é o enorme balcão que salta à vista com presuntos e enchidos pendurados. Tudo acontece ali, à vista do cliente, tal como no andar de cima, com um balcão semelhante. O restaurante tem outro andar, na cave, com mais uma sala de refeições, mais privada, mas que não estava ainda a funcionar. Vale a pena destacar as duas esplanadas, amplas e com vista para o Castelo de São Jorge.
Neste domingo, eram muitas as famílias que ocupavam as dezenas de mesas do restaurante. Jamie Oliver tem cinco filhos e há muito que é conhecida a sua preocupação com a alimentação dos mais pequenos, e não é de estranhar por isso o atendimento especial dado às crianças. O menu dos miúdos é uma folha com um desenho, que vem acompanhada por uma pequena caixa de lápis de cera, tal como acontece em todos os seus restaurantes. E se eles não sabem ler é dar-lhes para a mão o visualizador de imagens 3D e deixá-los escolher o prato pelas fotografias – é certo que se vão divertir.
Quanto à nossa refeição, começámos por uma tábua de carne (7,50€ é o preço para uma pessoa, mas a quantidade é partilhável), um clássico de Jamie Oliver. Há até alguns empregados que perguntam aos clientes se querem ouvir a história de como Jamie criou a tábua – não foi o caso, o que nos impede de reproduzir a história de forma fidedigna, apesar de ter acontecido numa mesa mesmo ao lado (e algumas mesas são mesmo muito próximas uma das outras).
Provámos ainda uma crab bruschetta (7,50€), que como o nome indica é uma bruschetta com carne branca de sapateira, limão, chilli e iogurte, e avançámos depois para os pratos principais. Deixámos as pizzas para outra altura e aventurámo-nos pela pasta, que é feita todos os dias no restaurante. Escolhemos a tradicional carbonara (10,95€) e o bestseller prawn linguine (14,25€): linguine com camarões ao alho com tomate, funcho, açafrão, chilli fresco e rúcula com limão.
Não estranhe o nome dos pratos - apesar de estarem em inglês, a descrição de cada um vem em português. Mas se a curiosidade é muita, saiba que não precisa de entrar para conhecer a oferta do restaurante. À porta, pode ler a carta, que tem ainda hambúrgueres, bifes e saladas.
Terminámos com um molten chocolate praline pudding (6€), que não é mais do que um queque de chocolate quente com recheio de praliné fundido, servido com gelado de baunilha e praliné. Uma sobremesa em tudo a lembrar-nos mais os hábitos britânicos que italianos.
Visitar o Jamie’s Italian pode ser na verdade uma forma de matar saudades do Reino Unido, mais do que matar saudades de Itália – afinal é por terras britânicas que encontramos mais facilmente este restaurante.
Muito se tem especulado sobre a vinda de Jamie Oliver a Lisboa. Esta terça-feira, dia 30, há uma apresentação à imprensa e a sua vinda é ainda uma incógnita, embora se saiba que o chef não tem por hábito aparecer em todas as inaugurações dos restaurantes. Mas verdade seja dita: a presença de Jamie Oliver é constante. “O Jamie gosta muito disto.” “Esta é a pizza preferida da mulher do Jamie.” “Um dia, o Jamie…” Ora são os empregados, ora são os clientes. É inevitável. Afinal estamos no restaurante de Jamie Oliver.