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De Bruxelas a Lisboa, é caminho rápido de se fazer. Num voo directo, são menos de três horas de viagem. Ora, a viagem do JAM Lisbon não demorou assim tão pouco. De estética industrial e descontraída, este hotel é o mais recente chamariz da zona de Santos, para quem vem a Lisboa numa escapadinha europeia, ou para quem já cá está e procura as últimas novidades por estas bandas. No último andar, há um bar para todas as noites (e com vista para o rio). No piso térreo, o restaurante Mojjo quer dar a conhecer sabores do mundo.
Há duas portas por onde entrar. Uma leva-o directamente à recepção do hotel. A outra leva-o directamente ao sítio onde se come. Apesar de residir no edifício do JAM Lisbon, o restaurante não é só para os hóspedes. Os pratos têm mão do chef Mauro Airosa, finalista da edição de 2019 do Masterchef, e a carta apresenta uma fusão dos quatro cantos do mundo. “A nível gastronómico, estamos a falar de uma experiência onde vou buscar influências de sabores do mundo, mas misturando técnicas de várias partes do globo. A cozinha que faço aqui é uma cozinha que acredita que nós, enquanto cozinheiros, cozinhamos com aquilo que o mundo nos dá”, explica o chef.
O nome vem do espanhol. Mojjo significa molho e, como um molho que liga todos os elementos de um prato, o restaurante faz “a ligação de várias civilizações, a ligação de várias culturas, várias origens dentro do mesmo espaço.” A decoração não se desvia do ADN do hotel, dando primazia aos tons sóbrios e materiais crus. Do lado oposto da cozinha e da zona do bar, a parede envidraçada leva para a rua o que se passa cá dentro.
Ao juntar sabores do mar e da terra, de cá e de além-fronteiras, o Mojjo quer dar a provar combinações improváveis. Entre os diferentes pratos que a carta apresenta, destacam-se três: os tacos mojjo (12€), com alga nori crocante, arroz de sushi, atum fresco, alga wakame, philadelfia maionese kimuchi e folhas de ouro; o dunplin e ajo blanco trufado (9€), com dunplin de cogumelo, mojjo ajo blanco, trufa negra e uvas; e o lado negro do atum (18€), arroz de atum e camarão com tinta de choco, tataki de atum e chalaquita de romã.
A carne também não é esquecida. Há borrego couscos e maçã (25€), feito com lombo e costela de borrego fumados, puré de ervilha, puré de aipo, couscus em couve lombarda com texturas de maçã; e também paella sashu de bochecha e camarão (21€), com arroz bomba cozido em caldo de porco e camarão, bochecha de porco e camarão. De sobremesas, há abade priscos, café e presunto (9€), brioche manga e wasabi (9€) e taco limão e merengue (9€).
Com um percurso que o levou às cozinhas de vários restaurantes, o chef Mauro Airosa encontrou no JAM Lisbon o lugar ideal para fazer nascer o seu projecto. Além da localização, “o que me interessou mesmo foi todo o conceito do próprio JAM, que acho que se encaixou na perfeição para aquilo que era o meu conceito de cozinha e de restaurante.”
No último piso, o bar está aberto todas as noites a partir das 17.00. O Cabana, tal como o Mojjo, não apresenta restrições à entrada e, por isso, todos são bem-vindos. Com sofás e até mesas de ping-pong, a zona lounge é colorida, bem como o próprio bar. Há pinturas a cobrir as paredes. A arte está presente no projecto e, por isso, há peças únicas de artistas e designers como Emmanuel Babled, Lionel Jadot e Alexander Mignot. O bar estende-se a um rooftop, virado para o rio, onde encontra uma pequena piscina (esta sim, é exclusiva para os hóspedes do hotel). Habitualmente, mas sobretudo no Verão, o Cabana recebe DJs e música ao vivo.
Nos pisos intermédios, encontramos os quartos. No total são 100, com cinco tipologias distintas. Do quarto mais pequeno, o Extra, ao maior, o Mega, é possível acomodar no mínimo duas pessoas e no máximo seis, sendo que os quartos incluem uma cama de casal e beliches. No que toca à vista, há duas opções. Há quartos virados para o rio e para a movimentada Avenida 24 de Julho e quartos virados para a rua.
As paredes de betão, os canos à vista – a estética do JAM resulta da sua construção passiva, um conceito de design e construção que visa criar edifícios eficientes em termos energéticos e confortáveis ao nível térmico, e também de uma abordagem sustentável. Esta é a visão do grupo belga Nelson Group, que pretende fundir a arte, a inovação e a sustentabilidade.
Do lobby aos quartos, passando pelos corredores, o mobiliário parte de um reaproveitamento de materiais usados. Os tapetes, utilizados, tal como as cortinas nos quartos, são portugueses. Os copos e jarros são de barro e as colchas apresentam motivos florais coloridos. No JAM Lisbon, ao contrário do JAM Brussels, predomina a cor, inspiradas na própria capital portuguesa.
De volta à entrada, ainda há um último recanto para conhecer. Junto à recepção, há mesas, escondidas, que contornam toda esta área. São uma espécie de espaço de coworking, para hóspedes e pessoas de fora.
Avenida 24 de Julho 80 (Santos). 300 528 373. A partir de 84€
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