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Jamaica, Tokyo e Europa mudam-se para o Cais do Gás

Os três clubes históricos da Rua Cor-de-Rosa vão mudar-se para o quarteirão atrás da estação de comboios.

Raquel Dias da Silva
Jornalista, Time Out Lisboa
cais do gás
DRCais do Gás (vista áerea)
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Espaços maiores, melhores e mais seguros: os clubes Jamaica, Tokyo e Europa vão trocar a Rua Nova do Carvalho, a popular Rua Cor-de-Rosa do Cais do Sodré, por armazéns recuperados em frente ao Tejo, no Cais do Gás, o quarteirão atrás da estação de comboios. A inauguração está prevista realizar-se no final do ano.

A novidade resulta de um protocolo com a Câmara Municipal de Lisboa, proprietária dos espaços a serem ocupados, em terreno da Administração do Porto de Lisboa, mas os projectos de arquitectura e as obras são custeados exclusivamente pelos três clubes. A este investimento na recuperação de propriedade camarária acresce ainda o pagamento de uma renda mensal.

“Esta mudança está planeada desde 2017, tendo sido feito um acordo tripartido com a autarquia, para permitir que os espaços fossem deslocalizados para junto do rio. Mas foi necessário um compasso de espera e o processo de licenciamento só ficou concluído o ano passado, quando já estávamos em plena pandemia”, revela Pedro Vieira, co-proprietário do Europa, juntamente com Paulo do Carmo. “Estava inicialmente previsto sairmos só quando as novas instalações estivessem operacionais, mas chegámos a um acordo para uma saída antecipada.”

Distante de zonas habitacionais e sem interferir na circulação rodoviária nem descaracterizar a frente ribeirinha, a área bruta dos armazéns é de 675 metros quadrados, dividida em partes iguais pelos clubes, que vão ter lotações máximas díspares. Cabem até 333 clientes no Europa (com acesso pela via ao lado do parque de estacionamento da estação fluvial), 309 no Jamaica e 235 no Tokyo (ambos com entrada pela Rua da Cintura do Porto de Lisboa, através de um pátio murado ao ar livre).

“Se por um lado estamos a sair de uma rua emblemática de Lisboa, que é a Nova do Carvalho, que tem uma história riquíssima a nível de boémia e de noite, por outro também sabemos que já não era possível evoluir mais, numa zona que de alguma forma se tem vindo a descaracterizar pela pressão turística”, acrescenta Pedro Vieira. “É uma mudança natural e é assim que a estamos a encarar.”

As obras devem arrancar em meados de Março e terminar em Novembro, com a data de inauguração prevista para os últimos dois meses do ano, em data dependente das regras de salvaguarda da saúde pública. Nessa altura, os espaços vão passar a enriquecer a oferta do Cais do Gás, onde já se encontram clubes nocturnos como o B.Leza, desde 2012, e o Titanic Sur Mer, desde 2015.

Até lá poderá acompanhar os planos de mudança num site criado para aproximar o público destes três clubes históricos, onde também vão ser partilhados DJ Sets e concertos organizados nos espaços em obras.

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