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Estávamos a 30 de Dezembro de 1972 quando um grupo de católicos se reuniu para reflectir sobre a paz e a guerra nas então colónias portuguesas, numa acção de contestação que acabaria por ser interrompida pelas forças policiais do regime de Marcelo Caetano. Ficou conhecida como a Vigília da Capela do Rato e é agora homenageada com um memorial no Jardim das Amoreiras, inaugurado na segunda-feira, 25 de Março.
“A Vigília da Capela do Rato teve lugar numa conjuntura específica em que se articulavam problemas mais vastos: as posições de Paulo VI sobre a paz e a autodeterminação, a Guerra Colonial portuguesa, as oposições ao regime ditatorial e a crescente politização de sectores católicos”, lê-se em comunicado da Comissão Comemorativa 50 anos 25 de Abril. “As intervenções de Paulo VI sobre a promoção da paz, desde meados dos anos 1960, legitimaram a defesa da cessação de conflitos armados em curso e a recusa da guerra como instrumento de resolução de litígios. Ao mesmo tempo, o Papa valorizava formas de organização autónoma da Igreja em África.”
A escultura, da autoria da artista plástica Cristina Ataíde, ficará instalada a poucos metros do local onde decorreu a vigília pela paz. Criado com mármore de Vila Viçosa, o memorial encerra dois muros lisos, ligados por seis êmbolos. Na pedra instalada no chão, lêem-se palavras como “esperança”, “paz”, “diversidade”, “união”, “democracia”, “liberdade” e “justiça”.
Na cerimónia estiveram presentes o ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, a comissária executiva da Comissão Comemorativa 50 anos 25 de Abril, Maria Inácia Rezola, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, o presidente da Câmara Municipal de Vila Viçosa, Inácio Esperança, o presidente da Junta de Freguesia de Santo António, Vasco Morgado, e a autora do memorial, Cristina Ataíde.