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Kaya: este café-cabeleireiro é um oásis de sustentabilidade

Escrito por
Francisca Dias Real
Kaya, Café, Cabeleireiro
Inês Félix
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Três brasileiros entram num bar... perdão, num espaço fechado há mais de 20 anos, junto ao Parque Eduardo VII. O que fazem? Abrem a Kaya, um café e cabeleireiro que aposta em produtos orgânicos e sustentáveis, do champô à semente moída e torrada do cafeeiro.

Conhecem-se todos há uns valentes anos e na sua chegada a Lisboa procuravam uma oportunidade que os pudesse juntar a fazer o que mais gostam num só espaço. Rafael Silva andava nas lides dos cabeleireiros há muito. Willian Bertuola e Gilbert Marconi fizeram um curso intensivo de barista no Brasil e, já em Lisboa, trabalharam no Café de Finca e no Comoba, respectivamente.

“Este conceito de juntar cabeleireiro ao café já existe muito noutros países, e deu-se o clique. Por que não?”, confessa Gilbert. “São duas coisas que estão relacionadas: ambas têm a ver com o cuidado que temos connosco. De um lado a comida boa e bio, o cuidado com a alimentação, do outro lado o cuidado com a imagem, com a beleza e com os produtos orgânicos”. 

O espaço, minimalista e com muita luz natural a entrar janelas adentro, foi todo pensado pelo trio de ataque que optou por contrastar a simplicidade das madeiras claras e do azulejo verde com uma verdadeira selva urbana. 

Inês Félix

Da cozinha, onde está Gilbert, saem refeições rápidas, orgânicas e maioritariamente vegetarianas – abastecem-se junto de produtores locais – e vão para a mesa tostas compostas de beterraba (4,8€), feijão branco (4,50€) ou de abóbora (4,50€). No campeonato dos doces, há brownies de feijão (3€), bolos caseiros (3€) ou taças de açaí (4€-4,5€). Não falham as panquecas, doces ou salgadas, como a de banana e doce de avelã (4,2€) ou a de espinafre e ovo (4€).

A comida empurra-se ora com o café de especialidade (v60, aeropress, filtrado ou chemex), com sumos naturais, limonada ou kombucha artesanal (2,5€), e para quem preferir há vinho biológico do projecto Aparte (4€).

“Houve aquele tempo em que as pessoas só se preocupavam com o preço, mas agora você nota uma mudança de mentalidade”, refere Gilbert. “Muita gente já opta pela qualidade, pelo que é local e pagar um pouco mais, do que ir por um caminho mais comercial e no qual desconhecemos o processo”.

Ainda que esteja elevado num piso intermédio, para não incomodar quem quer apenas beber uma bica ou petiscar, o café coabita com as tesouradas e os secadores de Rafael Silva. No seu cantinho não entram marcas convencionais, só orgânicas (Oway e Davines) e fazem-se todo o tipo de obras-primas capilares. Cortes (25€-35€), hidratações (25€), reconstrução (45€), coloração (45€) e descoloração (65€).

Inês Félix

O espaço funciona com os mesmos horários do café, o que é uma vantagem porque ao domingo não fazem gazeta. “Acabamos por conseguir mais clientes que só têm tempo para cortar o cabelo durante o fim-de-semana e ao domingo a grande maioria dos cabeleireiros está fechada”, diz Rafael. Por norma, organizam a agenda através de marcações, mas estando desocupado no momento Rafael recebe “todo o mundo que chegar e quiser cortar e mudar o visual, antes ou depois de tomar café”. 

Além de café e cabeleireiro, a Kaya tem também uma zona de loja, com os artigos expostos em caixas de madeira pregadas à parede. Há vinhos do Aparte, a cerveja artesanal que começou no Canadá e agora está por Lisboa, moinhos de café, máquinas V60, chávenas de filtro, café da Olisipo ou o chá australiano Prana Chai.  

Inês Félix

Os três querem criar uma comunidade, “porque um cliente não é só uma pessoa qualquer”, diz Gilbert. “Gostamos de ter tempo para conversar, criar uma relação com quem nos visita, contar e ouvir histórias”, afirma, realçando a proximidade de muitas empresas ao café e do próprio bairro de Campolide. 

Rua Marquês de Fronteira, 115A. Ter-sáb 09.00-19.00, dom 10.00-14.00.

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