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Ela deixou de ser chef pasteleira no LOCO, restaurante com uma estrela Michelin de Alexandre Silva. Ele mantém-se como escanção e head sommelier do estrelado Fifty Seconds. Grace Lora e Marc Pinto conheceram-se, há muitos anos, no Lasarte, o restaurante com três estrelas Michelin de Martín Berasategui, em Barcelona. Apaixonaram-se e foram acalentando o sonho de ter um negócio próprio que casasse os seus dois mundos, não tão distantes assim. A Kitu Champanheira, aberta desde o final do ano passado, é a concretização dessa vontade. Fica em Campo de Ourique e é tanto perfeita para beber um copo como para provar algumas das iguarias inspiradas no país de origem de Grace, o Equador.
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Natural de Quito – daí o nome, com K por ser assim que os nativos a escrevem –, é ao Equador que Grace vai buscar muitas das receitas que serve. A ideia é que tudo vá bem com um copo de espumante ou champanhe, seja para um petisco rápido ou uma refeição completa. “Sempre quisemos ter um negócio próprio relacionado com vinhos e comida típica, ou seja, que juntasse os nossos dois mundos. O Marc adora comida típica”, conta Grace, exemplificando com o ceviche de tremoços (6€). “As pessoas pensam nos tremoços para petiscar, mas no Equador usamos muito”, revela, apontando a principal diferença entre o ceviche equatoriano e o peruano. “Nunca pomos batata doce.”
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É por isso, acredita, que a Kitu se distingue. “A comida que servimos é diferente do que habitualmente encontramos. A diferença está no toque equatoriano, não há muitos sítios onde se possa comer comida do Equador”, defende, apesar de fazer questão de dizer mais do que uma vez que a Kitu não é um restaurante, mas um bar de vinhos.
A carta foi pensada, contudo, para servir qualquer ocasião e, sobretudo, para acompanhar bem com qualquer champanhe, espumante ou vinho escolhido. “A ideia é sermos pre-dinner [pré-jantar] ou after-dinner [pós-jantar], mas também dá para vir cá e comer três/quatro pratos, entre petiscos e pratos quentes, e sair satisfeito. Tem acontecido muito”, conta. Ao ceviche de tremoços junta-se outro de peixe (11€), esse na sua versão mais peruana, e ainda uma gamba acevichada (12€). Mas também há opções menos comuns como o alho francês com achiote e sal prieta (7€) ou a batata andina com espuma de queijo, chouriço e pickle de beterraba (9€).
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É possível pedir também um bão quiteño (8€), com carne de porco, molho de chipotle e pickle de cebola roxa, ou uns tacos de cochinita pibil (10€), ou seja, de carne de porco marinada em achiote. Nas sobremesas, a mestria de Grace mostra-se no brownie de chocolate e nozes com tamarilho e granizado de especiarias (7€) e na mousse de maracujá e alfarroba (5€). Para aqueles que não gostam de escolher, há dois menus que combinam um pouco de tudo (30€-35€).
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Já para beber, as opções são bem mais, com foco, lá está, no champanhe. Porquê? “Eu nasci em Champagne, desde miúdo que me lembro de haver champanhe em casa. É a minha bebida preferida”, conta Marc que, por estar no Fifty Seconds de Rui Silvestre, está menos presente na Kitu. Mesmo assim, vai arranjando tempo para promover umas provas, entre uma ou outra conversa, quando consegue, com clientes mais interessados.
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O copo de champanhe começa nos 15€ para um Diebolt Vallois (65€ a garrafa), enquanto nos espumantes portugueses é possível beber a partir dos 6€/copo (Messias São Miguel), tal como nos vinhos brancos e tintos. “Os preços do champanhe são caros logo de base, quem acompanha o meio sabe que não estamos com preços altos, não queremos isso”, atesta Marc, explicando que a garrafeira está ainda em evolução e o objectivo é não só aumentar o número de referências disponíveis, como também rodar com alguma frequência. “Nós até já terminámos algumas garrafas”, adianta Grace. “Vamos ter muitas referências, mas pouca quantidade.”
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Rua Coelho da Rocha 66B (Campo de Ourique). Ter-Sex 17.00-23.00, Sáb 13.00-16.00, 17.00-23.00
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