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O nome não levanta suspeitas sobre qualquer gota de portugalidade nos produtos. Só que a marca de cosméticos Kivens é – surpresa – 100% portuguesa. A sequência de letras sem qualquer significado saiu da cabeça de Elisabete Ramalho, que queria algo “que fosse curto, fácil de entender e com um grafismo dinâmico”, explica à Time Out.
Tudo começou quando a fundadora se deparou com dificuldades em encontrar produtos para si. “A minha pele é extremamente sensível, extremamente reactiva e cheguei a um ponto em que não havia nada do mercado a que eu não reagisse. Passei por quase todos os produtos de farmácia”, confessa.
A necessidade aguçou a curiosidade e Elisabete quis saber mais, de ingredientes a formulações. “Começou por ser só para encontrar uma solução para mim e para a minha situação”, recorda. Com o tempo, percebeu que a pele sensível não era, afinal, tão incomum assim. Licenciada em Gestão e Administração Pública e com um passado no Ministério da Educação, decidiu mudar radicalmente de vida. Fez um curso na Formula Botanica, uma instituição de ensino online especializada em cosmética orgânica, tornou-se membro da Society of Cosmetic Scientists, no Reino Unido, e fundou a Kivens.
O registo da marca remonta a 2020, mas só em Fevereiro deste ano é que as primeiras embalagens chegaram ao mercado e aos consumidores. Para já, há dois produtos: um creme hidratante e uma espuma de limpeza. “Parece pouco, mas é muito a nível de desenvolvimento de produto”, diz sobre os produtos, por enquanto só para o rosto, produzidos num laboratório português. “Comecei pela cara porque mexe muito com a nossa auto-estima e com a nossa insegurança”.
Há outros lançamentos a caminho, como uma máscara enzimática (usando as enzimas para fazer uma esfoliação da pele) e um sérum. “Ainda estamos nas fases iniciais, em amostras laboratoriais e a testar”, diz. Conta ter ambos prontos no ano que vem, mas sem certezas: “O desenvolvimento de um produto demora um certo tempo, não é assim tão simples”.
O que é certo é que a Kivens não terá uma carta extensa. “Do ponto de vista da pele sensível nunca poderemos criar uma rotina muito sobrecarregada de produtos. O meu objectivo é sempre criar produtos multifuncionais. Não sou apologista dos 12 passos da beleza coreana. Para uma pele sensível é demasiado. O meu objectivo é ter uma rotina simples, mas eficaz”, afirma.
Por enquanto, a marca está à venda no próprio site (que faz envios internacionais), no site da The Green Concept, e em algumas farmácias, como a Farmácia Douro, em Lisboa. Em breve, chegará ao outro lado do Atlântico, com a entrada nas prateleiras de uma loja online e física nos Estados Unidos. A internacionalização é um dos grandes objectivos de Elisabete Ramalho, nomeadamente o mercado asiático. “Ando a olhar para lá”, garante.
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