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Monumento de interesse público desde 2019, a Cervejaria Solmar é um espaço em desuso há anos. A mais recente movimentação de relevo no local terá sido a remoção do painel de azulejos de José Pinto, para conservação. No interior, o pó, amontoados de plástico e outros detritos apoderam-se do espaço que outrora foi um salão com ritmo, marcado pelos móveis Olaio e pela arquitectura de 1950 de Luís Bevilacqua, Francisco Botelho e Luís Curado. No exterior, a face mais visível do declínio, assiste-se à danificação gradual do letreiro que atraiu muitos curiosos ao estabelecimento, nas décadas de 60, 70 ou 80.
"Temos recebido uma série de mensagens via Instagram para salvar o letreiro que fica na esquina do edifício, um objecto que merece ser preservado", partilhou através da mesma rede social esta quarta-feira, 11 de Dezembro, a Letreiro Galeria, projecto de recolha e preservação do património gráfico que marcou a paisagem lisboeta, mas também nacional, nas últimas décadas. "Este grande letreiro está constantemente a ser danificado por camiões TIR que sobem a rua entre a Solmar e o Coliseu para descarregar", dá conta Rita Múrias, mentora do projecto a par de Paulo Barata, antigo designer da Time Out. O resultado é visível: "vidros partidos e o letreiro cada vez mais comprometido".
Os coleccionadores afirmam ter contactado a Câmara Municipal de Lisboa (CML) e a Junta de Freguesia de Arroios no sentido de procurar uma solução que permita a preservação da peça. No entanto, "a resposta foi clara da parte da CML: apenas o proprietário pode tomar alguma iniciativa".
Para a Letreiro Galeria, ainda assim, algo tem de ser feito e é esta a sua proposta, em três passos: conseguirem "autorização para remover o letreiro da fachada"; restaurar a peça "com o apoio de quem quiser participar"; guardar o letreiro ou apresentá-lo em exposições "enquanto não houver condições para recolocá-lo na fachada, caso o proprietário concorde no futuro".
Recorde-se que a Solmar esteve para reabrir em 2017. Desde então, houve diferentes vagas de rumores sobre o seu regresso à vida da cidade, sobretudo nos últimos tempos. O acontecimento, no entanto, nunca se confirmou.
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