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Jeanine Cummins, Julia Quinn, Juan Gabriel Vásquez (autores), Bart Robers (director de audiolivros da Rakuten Kobo) e Tim Oates (especialista no sector da educação e director em Cambridge Assessment) são apenas alguns dos nomes confirmados para a primeira edição do Book 2.0, que se realizará durante dois dias no Museu Nacional dos Coches. O arranque do evento, que se quer uma discussão sobre o futuro dos livros e da educação em Portugal e no mundo, coincide com o da Festa do Livro em Belém, a 31 de Agosto. A entrada será gratuita, mas há apenas 340 lugares. As inscrições devem abrir em breve.
“A Feira do Livro de Lisboa é uma oportunidade que temos durante o ano de poder falar sobre aquilo que é o livro, aquilo que é a política do livro e aquilo que consideramos, enquanto editores e livreiros, necessário para que Portugal tenha índices de leitura mais aproximados aos restantes países da União Europeia. Mas faltava aqui um outro elemento e esse elemento é obviamente ter uma discussão franca e concreta sobre qual é o futuro do livro e da educação, e debater soluções para os desafios que se avizinham”, disse o presidente da Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL), Pedro Sobral, esta quinta-feira, 29 de Junho, em conferência de imprensa.
Segundo Pedro Sobral, o desafio partiu do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que “sempre muito sensível” questionou a APEL sobre a possibilidade de criar um espaço de discussão, reunindo os vários intervenientes envolvidos na educação, no livro e na leitura. “O Book 2.0 não é nada mais do que dois dias de conversas e debates”, esclareceu. “O sector do livro sempre esteve sujeito a desafios, mas normalmente os editores e livreiros tinham uma visão clara do caminho a seguir. Hoje em dia, já não é assim. Há muito mais questões, desde qual vai ser o papel da inteligência artificial na criação artística até de que forma a nova tecnologia permite processos muito mais acelerados de colocação de novas obras no mercado.”
No primeiro dia, 31 de Agosto, propõe-se uma reflexão sobre “O Futuro da Edição na Era Digital”, para se tentar perceber como é que os livros e a leitura podem prosperar num mundo dominado por tecnologia, que também tem revolucionado a forma como lemos e escrevemos. Entre as 10.00 e as 10.40, estão previstas duas conversas informais: “Livros: Alimento da Saúde Física e Mental”, com Daniel Sampaio (psiquiatra e autor) e M.G. Ferrey (escritora e psicóloga clínica); e “Desde o Nascimento: Desafios e Oportunidades”, com Isabel Alçada (escritora e ex-ministra da Educação) e Ana Maria Magalhães (escritora). Mas há mais.
O programa inclui ainda, entre as 11.15 e as 23.00, um debate entre Joachim Kaufmann (CEO de Carlsen Publishing) e Bart Robers (director de audiolivros na Rakuten Kobo); uma masterclass, liderada por Cristina Rodrigues (CEO da Capgemini Portugal), sobre as oportunidades e os desafios criados por inteligência artificial; uma conversa sobre “A Revolução do TikTok”, com Yasmina Laraudogoitia Elorduy (gestora de Relações Governamentais e Políticas Públicas do TikTok em Portugal e Espanha); e uma discussão sobre o papel da literatura, da poesia e da música para desenvolver o potencial humano, com Dulce Maria Cardoso (escritora), Tânia Ganho (escritora e tradutora) e Isabela Figueiredo (jornalista, professora e escritora).
Já à tarde, as propostas focam-se em apontar o caminho “Da Pegada Ecológica à Diversidade”, debatendo-se de que forma podem os livros contribuir para um mundo melhor, mais sustentável e inclusivo. Das 14.30 às 15.25, irá falar-se sobre, por exemplo, o impacto de imprimir livros e a importância da “união para os negócios responsáveis”. A partir das 15.30, exploram-se “Preconceitos Ocultos na Indústria Editorial Inclusiva”, “Como Podem os Romances Mudar o Mundo” (com a presença de Julia Quinn, autora bestseller de romances históricos, nomeadamente Bridgerton, que é um sucesso também em streaming, com a série produzida por Shonda Rhimes) e até o desafio do ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva. Segue-se para o encerramento, às 17.10, com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que inaugura a Festa do Livro na sua residência oficial, às 18.00.
No segundo dia, 1 de Setembro, vão acontecer quatro conversas, um debate e uma entrevista em directo, tudo em torno da educação e do papel dos livros nos novos espaços e nas novas formas de ensino e aprendizagem. “É preciso entender quais são os novos desafios, desde o envelhecimento da população docente até à utilização das novas tecnologias em sala de aula”, afirma Pedro Sobral. “Na APEL temos esta noção clara de que não podemos fazer ensaios, porque não faz sentido fazer ensaios com gerações seguidas que podemos perder a posteriori, e um dos elementos que queríamos de facto ter [neste Book 2.0] era uma discussão grande sobre a educação.”
Entre os convidados confirmados para a discussão sobre “A Educação como um Portal para o Potencial Humano” e o que podemos esperar de “Compromissos para o Futuro”, encontram-se nomes como o de Tim Oates (especialista no sector da educação e director da Cambridge Assessment), Helena Magalhães (autora e fundadora do Book Gang), Rita da Nova (autora e criadora de conteúdos), Filipa Fonseca Silva (autora), Juan Gabriel Vásquez (autor, jornalista e tradutor), Rodrigo Guedes de Carvalho (jornalista e escritor), João Costa (ministro da Educação), Regina Duarte (directora do Plano Nacional de Leitura), António Feijó (presidente da Fundação Gulbenkian), Gonçalo M. Tavares (escritor), Michel Desmurget (investigador e autor especialista em neurociência cognitiva) e Deepti Kapoor (escritora e jornalista).
“As conversas esperam-se frutíferas para todos e estarão abertas a questões. Para nós, era muito importante ter interacção com quem estará presente, que esperemos que sejam editores, livreiros, comunicação social e, claro, público em geral”, confessou Pedro Sobral, adiantando que ainda há presenças por confirmar. “O que se pretende é chegar ao final com compromissos, daqueles que têm responsabilidade políticas e daqueles que têm responsabilidade no sector. Porque, se é um facto que há um crescimento de novos leitores, que nos dá algum optimismo, ouvimos muito que este crescimento é uma moda. E a moda, pessoalmente, preocupa-nos que possa ser transitória, portanto precisamos de criar condições para que esta conjuntura favorável passe a ser estrutural, passe a ser permanente.” Para isso, a APEL propõe-se a promover a criação de “um livro branco do livro e da educação”.
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