[title]
Os tempos mudam e o Lisboa na Rua muda com eles. Esta edição vem arejada, gratuita e com um menu cultural preenchido que o convida a saltitar entre praças, jardins e diferentes bairros da cidade. É assim o Lisboa na Rua, uma iniciativa da EGEAC que arranca a 13 de Agosto e dura até final de Setembro. Há música, exposições, teatro, cinema, dança, magia e passeios, tudo com novas regras e distanciamentos.
A programação abre com o Festival Política que integra, habitualmente, o programa Abril em Lisboa também da EGEAC. Este ano foi descendo no calendário até Agosto, de 13 a 16, mantendo-se no Cinema São Jorge e dedicando a sua edição ao Ambiente, uma vez que Lisboa carrega a bandeira de Capital Verde Europeia, e também ao Brasil.
Ainda sob o chapéu de Capital Verde Europeia, também a natureza em algumas zonas da cidade vai ganhar “Outro Olhar” – o nome da instalação da dupla de artistas britânicos Luke Egan e Pete Hamilton, vulgo Filthy Luker & Pedro Estrellas. Conhecidos por criarem obras de arte insufláveis, por cá não fizeram por menos e deram olhos a algumas árvores de locais como Praça Duque de Saldanha, Avenida da Liberdade, Restauradores, Rossio e Cais do Sodré – a instalação pode ser vista de 29 de Agosto a 29 de Setembro.
A integrar a programação está também o Bairro em Festa, numa edição que vai acontecer entre 17 e 23 de Agosto. Concertos, espectáculos, cinema, exposições, ateliês, debates e passeios fazem parte do programa desta edição que terá como coluna vertebral a Avenida Almirante Reis, abrangendo quatro zonas vizinhas: Intendente, Pena, Anjos e Arroios.
E Luís de Matos, nas lides do ilusionismo há décadas, volta a ser o responsável pela direcção artística do Festival Internacional de Magia de Rua de Lisboa – o Lisboa Mágica. Entre 25 e 30 de Agosto, há momentos de magia no Jardim do Palácio Pimenta, Jardim do Palácio Baldaya, Jardim da Galeria Quadrum, Claustro do Museu da Marioneta, Jardim da Biblioteca dos Olivais e Jardim da Biblioteca Palácio Galveias.
Já o Fuso – Festival Anual de Vídeo Arte Internacional regressa entre 27 e 30 de Agosto, mas desta vez com uma edição digital sob o tema Adversidade, com transmissão directa online a partir da Fundação EDP e do Museu da Marioneta, tudo disponível em fusovideoarte.com.
Também de volta está a comunidade de leitura em espaços verdes, os Ecotemporâneos, agora na Quinta da Alfarrobeira, em Benfica, com sessões a 29 de Agosto com o encenador e realizador Jorge Silva Melo e o livro O Mundo dos Outros, de José Gomes Ferreira, e a 27 de Setembro com a fadista Gisela João e O Sol e as Suas Flores, de Rupi Kaur (sempre pelas 16.00).
No início de Setembro, a Filho Único dá continuidade às Noites de Verão na Galeria Quadrum. Todas as sextas, a partir das 19.00, há nomes a subir a palco. A entrada é livre, mas é necessário reservar o lugar (bilheteira@galeriasmunicipais.pt).
Para celebrar o centenário do nascimento de Amália Rodrigues, o Lisboa na Rua surge com Amália no Cinema, entre 3 e 6 de Setembro. O palco destas sessões de cinema ao ar livre será o Jardim do Palácio Pimenta do Museu de Lisboa (bilhetes entregues no dia entre as 11.00 e as 17.00 para 150 lugares; 21.30), que projecta quatro filmes protagonizados pela diva maior do fado, comentados, ao vivo, por vários convidados.
Há mais cinema, em local a anunciar, nos dias 4 e 5 de Setembro. O Cinema no Estendal é um festival itinerante que promove o cinema, em formato curta metragem e, sobretudo, o cinema na rua em bairros e praças de Lisboa, e que terá sessões para 50 pessoas nestes dias (cinemanoestendal@gmail.com; 21.30).
O Lisboa na Rua também vai dar bailinho à cidade durante quatro domingos de Setembro. Ao final da tarde (17.30), é tempo de se fazer à pista no Jardim do Palácio Pimenta, que terá aulas de bollywood (13) e afrodance (27), e no do Palácio Baldaya, com sessões de dance hall (6) e samba (20).
Será no O'culto da Ajuda que a pianista Joana Gama e o músico e produtor Vítor Rua se encontram no espectáculo Home Sweet Sound a 10 e 11 de Setembro (21.00; entrada por donativo).
E para dar continuidade à tradição, a Orquestra Gulbenkian volta a apresentar três espectáculos de música clássica dirigida a todos, são peças populares do repertório clássico para ouvir em três concertos de entrada livre (11, 17 e 18 setembro) no Grande Auditório Gulbenkian.
E para assinalar outra data, desta vez os 70 anos de Jorge Palma, o Lisboa na Rua transmite em directo do Facebook da autarquia, no dia 12 de Setembro, o espectáculo “70 Voltas ao Sol”, onde o cantor e compositor estará ao piano, acompanhado por uma pequena orquestra e com Cristina Branco e Dead Combo, como convidados.
Durante três dias, entre 18 e 20 de Setembro, os artistas e as artes de rua ocupam vários locais da freguesia de Arroios com a iniciativa Chapéus na Rua, um programa composto por artistas nacionais e internacionais. Os eventos que compõem o festival vão andar à volta do novo circo (roda alemã, antipodismo, malabarismo, monociclo e palhaço), palhaços, teatro, música, workshops e instalações artísticas.
O Lisboa Soa acontece este ano de 24 a 27 de Setembro, em vários locais da cidade, no âmbito da Capital Verde Europeia e num período marcado pelo silenciamento forçado das cidades. Devido à conjuntura grave que a comunidade artística vive, o festival lançou uma open call para atribuição de seis bolsas de criação a artistas portugueses, que tivessem interesse em explorar o formato da instalação ou escultura sonora.
E se normalmente o Open House abria portas de edifícios históricos, casas privadas e outros lugares habitualmente fechados ao público, este ano, com edição marcada para 26 e 27 de Setembro, há mudanças. A programação consiste em passeios sonoros em formato podcast propostos por oito convidados como Inês Meneses, Leonor Teles, Rui Tavares, Gonçalo M. Tavares ou Tomás Wallenstein.
Os miúdos não foram esquecidos e podem alegrar-se com o regresso das Antiprincesas (12 e 13, 19 e 20, 26 e 27 Setembro, 11.00 e 16.00), desta vez na Estufa Fria. A colecção de livros infantis com o mesmo nome deu origem a esta série de espectáculos criados por Cláudia Gaiolas e como em equipa que ganha não se mexe a saga continua. Nesta edição do Lisboa na Rua as heroínas são mulheres portuguesas que fizeram História, arrancando com sessões da Antiprincesa Beatriz Ângelo, a médica feminista, que foi a primeira mulher a votar em Portugal, em 1911.
Como tem sido habitual ao longo dos últimos meses, os eventos assumem agora novas regras e dinâmicas. As actividades presenciais do Lisboa na Rua foram pensadas para espaços onde é possível controlar os acessos, assim como manter as distâncias aconselhadas pelas autoridades sanitárias, sendo o uso de máscara recomendado.
Os eventos têm todos entrada gratuita, sujeitos, claro, à lotação de cada espaço, sendo por isso necessário inscrição e levantamento prévio de bilhetes.