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A Câmara Municipal de Lisboa anunciou dez medidas para deixar Lisboa mais limpa. Entre elas, a proibição de copos de plástico descartáveis no espaço público, recolha do lixo ao domingo ou a contratação de 300 novos cantoneiros.
A pressão turística não se sente apenas no mercado imobiliário. A higiene urbana também tem sentido o peso dos visitantes nos últimos anos. O município decidiu, por isso, avançar para um grande reforço do plano de combate ao lixo. O plano anunciado em conferência de imprensa hoje, quinta-feira, divide-se em dez medidas centrais que para Fernando Medina irão melhorar o desempenho ambiental da cidade – ou não estivesse Lisboa a caminho de ser no próximo ano a Capital Verde da Europa.
O edil lembra as decisões ligadas à higiene urbana que foram aprovadas em 2012 no âmbito da reforma administrativa. Entre as quais a passagem de todo o sistema de lavagem e varredura para as juntas de freguesia, ficando a Câmara Municipal de Lisboa responsável pela recolha de resíduos. Foram contratadas mais pessoas, chegaram novos veículos, mas hoje Lisboa vive um cenário diferente e nos últimos três anos a percentagem da produção de resíduos aumentou 10%.
E assim o ano arranca com novas medidas. Uma delas passará pela injecção de 10 milhões de euros anuais nas juntas de freguesia de Lisboa, durante três anos: 7,6 milhões de euros oriundos da taxa turística e 2,4 milhões de verbas municipais. Um valor que se destina essencialmente ao reforço da limpeza nas ruas e que será distribuído de acordo com vários factores, pressão turística por metro quadrado incluída.
A restauração, o comércio e a hotelaria vão passar a estar obrigados a limpar e a manter limpa a envolvente dos estabelecimentos num raio até dois metros e é às juntas de freguesia que cabe a responsabilidade de aplicar coimas a quem não cumprir as nova regras, que incluem a anunciada proibição do consumo de plásticos descartáveis no espaço público. E o valor das coimas aplicadas reverte directamente para as juntas de freguesia que assim assumem esta nova responsabilidade, bem como recolher os sacos que vão poluindo as redondezas dos ecopontos.
Numa altura em que são recolhidas mais 83 toneladas de resíduos em comparação com 2014 (num total de 320.601 toneladas), segundo dados revelados hoje por Fernando Medina, serão ainda contratados mais 300 cantoneiros (hoje há 600), o número de contentores subterrâneos vai aumentar de 150 para 300 e passará a haver recolha de lixo ao domingo nas freguesias de Santa Maria Maior, Estrela, Misericórdia, Santo António, São Vicente, Avenidas Novas, Alcântara, Arroios, Penha de França e Campo de Ourique. Os bairros históricos vão ainda deixar de ter recolha por sacos, um sistema que será substituído por uma rede de contentores comunitários no Bairro Alto, Alfama e Santa Catarina em 2019, aos quais se juntam em 2020 os bairros da Mouraria, da Madragoa e das Mercês.
Haverá ainda mais papeleiras espalhadas por toda a cidade, um equipamento que passará a ser obrigatório nas caixas multibanco que ultimamente têm assistido a um reforço de saldos bancários turísticos em seu redor. As medidas são rematadas pelo anúncio de uma campanha de sensibilização destinada a todos, moradores e visitantes, em conjunto com a VALORSUL, a empresa responsável pelo tratamento de resíduos urbanos dos 19 municípios da Grande Lisboa e da Região Oeste.
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