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Turismo gerou mais de 13,7 mil milhões de euros na Região de Lisboa em 2017. Produção total do sector quase duplicou em percentagem do PIB, passando de 10,8% em 2014 para 19,7% em 2017.
O turismo na Região de Lisboa gerou 13,7 mil milhões de euros em 2017, um aumento de cinco mil milhões face a 2015, anunciou esta segunda-feira o presidente adjunto da Associação de Turismo de Lisboa, José Luís Arnaut, na apresentação de um estudo da Deloitte sobre o impacto macroeconómico do sector.
Em 2017, foi registado um aumento de 2,4 milhões de hóspedes na Região de Lisboa, de 7,3 milhões em 2015, aproximando-se dos dez milhões de visitantes por ano. Em três anos, a capacidade hoteleira acompanhou a evolução do turismo sobretudo através do aumento do número de quartos em unidades hoteleiras e do alojamento local.
De acordo com o estudo da Deloitte, há mais de 21 mil quartos de alojamento local face a 2015 e mais 1786 quartos de hotel, com a maioria dos turistas estrangeiros a gastar em média 161,1 euros por dia, durante duas a três noites na região. O estudo indica ainda a taxa de retorno, revelando que 10,5% dos turistas já visitou Lisboa mais do que uma vez.
Apesar do aumento das receitas do sector hoteleiro, José Luís Arnaut sublinhou a importância de se investir na Margem Sul do Tejo, para promover a descentralização e o entendimento, para os turistas, de que se estará sempre na capital, como marca, independentemente de onde se dorme. Nesse sentido, destacou ainda a necessidade de aumentar e melhorar a capacidade de transporte face ao aumento da procura, evocando também o futuro aeroporto do Montijo.
Quanto à produção total do turismo na Região de Lisboa, em 2017, 42,1% adveio das receitas de alojamento e do comércio, que registaram um aumento de 353 milhões de euros e 448 milhões, respectivamente. A animação apresentou uma subida de 264 milhões, os transportes de 243 milhões e a restauração subiu as vendas em 236 milhões.
A indústria dos congressos e reuniões foi a que registou um menor impacto na produção de riqueza, com a retenção de apenas 60 milhões, resultado da falta de infra-estruturas para acomodar cerca de cinco a seis mil pessoas num único espaço. “Há um potencial de crescimento na indústria dos congressos e temos de pensar esse investimento como uma aposta estratégica”, afirmou José Luís Arnaut.
Para além do aumento do peso na riqueza regional, o turismo foi ainda responsável por 182 mil postos de trabalho na Região de Lisboa (entre empregos criados e mantidos), dos quais 93 mil apenas na cidade. Face a 2015, é notório o aumento da oferta nas diferentes actividades relacionadas com o turismo, destacando-se as 1973 empresas de animação turística registadas na região entre 2015 e 2017, que representam uma fatia significativa do novo emprego.
O director da Associação de Turismo de Lisboa, Vítor Costa, salientou o papel do turismo na criação e manutenção de um “conjunto de externalidades que beneficiam a região”, como a requalificação urbana, novos espaços e nova oferta turística e o enriquecimento da oferta sócio-cultural.
A melhoria global dos principais indicadores reflecte, segundo o estudo da Deloitte, o efeito multiplicador do turismo. Para garantir a sustentabilidade a médio e longo prazo do sector, José Luís Arnaut defende o alargamento dos pontos de interesse turístico, o investimento nos serviços de transporte e infraestruturas e a aposta em plataformas de viagens e outras ferramentas digitais.
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