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São quase 20 os quilómetros que serão desbravados em forma de ciclovia em direcção a Odivelas, Amadora, Moscavide, Sacavém e Algés, ao longo de cinco futuras ciclovias intermunicipais que vão ligar vários pontos da cidade de Lisboa a concelhos vizinhos. Uma obra que deverá ficar concluída até ao final de 2022 e que representa um investimento de cerca de 3,4 milhões de euros.
A Câmara Municipal de Lisboa (CML) tem investido em força na implementação de ciclovias um pouco por toda a cidade, e mesmo com alguns troços debaixo de fogo, como é o caso da polémica ciclovia na Avenida Almirante Reis, a aposta numa mobilidade mais sustentável não tem perdido fôlego. E a mais recente novidade que liga a cidade em duas rodas a outros concelhos chegou com o apoio do Ministério do Ambiente.
O Fundo Ambiental, que tem por objectivo o apoio a políticas que promovam o desenvolvimento sustentável, irá contribuir para o financiamento destas cinco ciclovias com quase 2,8 milhões de euros, enquanto que a EMEL – Empresa Municipal de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa ficará encarregue dos restantes cerca de 650 mil euros. O maior troço vai ligar o Restelo a Algés, ao longo de 9,9 km de ciclovia, seguindo-se a ligação entre Benfica e a Amadora, com 5,3 km. A via entre o Lumiar e Odivelas terá 2,1 km, entre os Olivais e Moscavide 1,4 km, e a ligação mais pequena desta empreitada ficará entre o Parque das Nações e Sacavém, com 1 km de extensão. A construção fica a cargo da EMEL e, diz a CML, “pretende reforçar a importância da bicicleta como uma forma de mobilidade prática e segura em meio urbano, complementando a oferta de transportes públicos”.
Para apoiar os adeptos das deslocações em bicicleta, a EMEL inaugurou em Abril o primeiro Bicipark da cidade, no Parque de Estacionamento do Lumiar, o primeiro de uma rede de 13 estacionamentos para bicicletas em parques de estacionamento cobertos de Lisboa: Lumiar, Telheiras Nascente, Telheiras Poente, Cosme Damião, Alto dos Moinhos, Teixeira de Pascoaes, Rego, Manuel Gouveia, Casa Vistoso, Sousa Pinto, Campo de Ourique, Graça e Chão do Loureiro. Uma rede que, garante Fernando Medina, ficará completa já esta semana com 200 lugares de estacionamento para bicicletas nestes parques.
Ciclar em Lisboa
Ainda há quem, legitimamente, defenda que Lisboa não é a cidade ideal para pedalar, fintando os desafios que representa o subir e descer de todas as sete colinas. De facto, pode não ser para todos, mas a boa notícia é que, segundo dados da CML, 73% das ruas da cidade são na verdade planas ou têm inclinações inferiores a 5%, sendo por isso possível dar uma volta ao assunto de quando em vez. Outra vantagem da utilização de bicicletas é que nas deslocações mais curtas, até 5 km, permite poupar até 30% do tempo da viagem, sem ter de andar à procura de lugar para o carro ou deslocar-se da paragem mais próxima ao destino final. No MOVE Lisboa, documento que partilha uma “visão da cidade para a mobilidade até 2030”, o município propõe que dentro de uma década esteja consolidada “uma rede ciclável estruturante, contínua, segura e funcional, que relacione interfaces, zonas residenciais, grandes equipamentos, centros de emprego, zonas verdes e de lazer e aponte ligações aos concelhos vizinhos com pelo menos 200 km de novos percursos cicláveis”.
Sabia que...
Os primeiros troços de ciclovia de Lisboa foram criados em 2001? Mas a rede ciclável ligada à estrutura verde da cidade apenas começou a ser construída oito anos depois. Uma aposta fundamental para a chegada, em 2017, das bicicletas públicas partilhadas GIRA.