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Antes era um relvado pouco cuidado, que absorvia muito pouco carbono, tinha pouca utilidade e pouca diversidade vegetal. Agora, vai tornar-se numa mini-floresta densa e multifuncional com mais de 600 plantas, dois hotéis para insectos, um refúgio para anfíbios e ainda sensores de monitorização do solo. Chama-se FCULresta e localiza-se em pleno centro urbano, no campus da Faculdade de Ciências de Lisboa.
“Graças à sua densidade, esta floresta vai conseguir captar mais carbono e promover mais biodiversidade”, lê-se no anúncio feito na página de Facebook do programa Lisboa Capital Verde Europeia 2020, onde a Câmara Municipal de Lisboa revela que o método de plantio escolhido não utiliza produtos químicos nem requer muita manutenção. Sabe-se contudo, graças a uma outra publicação da autarquia, que contará com composto produzido pela Valorsul a partir de de resíduos orgânicos e verdes dos jardins da cidade.
![FCULresta](https://media.timeout.com/images/105754918/image.jpg)
A iniciativa pioneira, que pretende contribuir para aprofundar o conhecimento sobre o papel dos espaços naturalizados nas cidades, é promovida no âmbito do projecto europeu 1Planet4All, que é implementado em Portugal pela ONGD Vida e resulta de um consórcio de 14 organizações não-governamentais europeias, que trabalham em alguns dos países mais frágeis do mundo afectados pelas alterações climáticas.
No terreno, a actividade de plantação envolveu cerca de 150 jovens de diferentes grupos e contextos universitários, que transformaram o antigo relvado num espaço de abundância, com mais de 600 espécies de plantas autóctones.
![FCULresta](https://media.timeout.com/images/105755532/image.jpg)
Criada com recurso ao método de Miyawaki, um botânico japonês que ficou conhecido pelo seu trabalho particularmente eficaz na área da reflorestação de solos degradados, a mini-floresta de alto impacto e baixa pegada ecológica deverá ter não só um crescimento bastante rápido como uma alta taxa de absorção de carbono, com excelente capacidade de atracção de animais e plantas, para além das já plantadas, de processamento da água da chuva, de melhoria da qualidade do ar, de redução da poluição sonora e ainda de conforto térmico local.
“A FCULresta servirá como caso de estudo para avaliar e compreender o verdadeiro potencial deste método para a acção climática no Mediterrânico, bem como de outros serviços de ecossistema em meio urbano”, esclarece-se em comunicado da Faculdade de Ciências de Lisboa, que revela que a plantação, inicialmente prevista para Dezembro do ano passado, começou na primeira semana deste mês de Março, apesar do Inverno ser a altura mais indicada. “Devido ao agravamento da situação pandémica, a sua implementação no terreno tem sido sucessivamente adiada. No entanto, o seu adiamento adicional comprometerá todo o projecto.”