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Mesmo sem sinalética, é fácil identificar o Dinastia Tang entre os demais restaurantes da Marina do Parque das Nações. As lanternas chinesas penduradas à porta dão conta disso. Só não estávamos à espera que o célebre restaurante de comida chinesa, que se deu a conhecer em 2014, num armazém da Rua do Açúcar, mas que em 2020 fechou por recusa do senhorio em renovar o contrato de arrendamento, estivesse tão diferente: mais luminoso, mais moderno – sofisticado, até.
Apesar de o espaço ser agora mais pequeno, o restaurante ganhou uma esplanada com lugar para cerca de 40 comensais. Outros tantos podem sentar-se no interior. “O anterior era enorme, quase três vezes maior. Mas é difícil arranjar um armazém daquele nível hoje em dia”, refere a portuguesa Marisa Cerqueira, que apesar de já não estar ligada ao restaurante, ajuda o ex-marido e proprietário chinês Binlu Zhu na comunicação. “Aqui também está mais perto da Expo e há mais chineses a morar aqui. A ideia era ter esplanada, ser uma zona mais agradável, com mais luminosidade”, acrescenta.
A decoração merece, por si só, uma visita ao novo espaço. “O conceito estético alterou um bocadinho. Antes era mais tradicional, antigo, agora temos algumas peças tradicionais, misturadas com o design de Xangai dos anos 1920 e 1930, quando se inspiravam mais no ocidente”, explica Marisa Cerqueira. Da mobília antiga sobra pouca coisa, apenas um biombo, uns cestos e um sofá. “Vendemos muitas peças de decoração aos clientes”, lembra. Por isso mandaram vir outras relíquias da China, que já estão a fazer sucesso entre clientes que procuram alugar o espaço para outras actividades. “Já tivemos pessoas a perguntar se podiam alugar para festas de criança que estejam a estudar mandarim ou para fazer a cerimónia do chá”, garante a portuguesa. Há ainda um projector na parede “que ilustra a gastronomia chinesa”.
Com a chegada ao Parque das Nações, muita coisa mudou no Dinastia Tang e nem o menu, agora reduzido, escapou. “Tínhamos muitos pratos, as pessoas ficavam muito confusas e também era muito difícil do ponto de vista técnico porque preparam tudo no momento”, elucida Marisa. Em sintonia com a decoração, também a comida “está um bocadinho mais gourmet”, ainda que se mantenha a grande missão de Binlu Zhu: servir “como na China, sem alterações aos pratos para que seja compatível com o paladar europeu". "A gastronomia chinesa é óptima”, realça a portuguesa. Não é de estranhar, portanto, um aumento de preços. “Não podíamos ter preços de há quatro anos porque ninguém manteve preços. E também são utilizados ingredientes mais caros do que antes”, esclarece.
Como acontecia em Marvila, a maior parte dos pratos são da região de Cantão, “e depois há pratos picantes de Sichuan, e adocicados da zona de Xangai e Suzhou”. E alguns dos favoritos mantêm-se, como o robalo agridoce (58,90€), o frango Sichuan (18,80€) e o porco às tiras com crepes (19,80€). O peixe, em concreto, é um prato tipicamente servido no Ano Novo chinês – uma tradição que se acredita trazer “bons auspícios”. Nas novidades destacam-se os dim sum, em particular os de camarão trufado com tinta de choco (22,80€, 3 unidades), e os vegetarianos (8,90€, 3 unidades); e a massa de arroz salteada com vaca (18,90€).
No Verão, o restaurante estará aberto ininterruptamente, das 12.00 às 23.00. Para o futuro, espera-se ainda uma mudança na carta, além de karaoke e outros eventos musicais esporádicos. “Há pratos que são bem típicos chineses e vemos que não têm tanta aceitação pelos portugueses”, justifica Marisa. No dia 10 de Fevereiro, para celebrar o Ano Novo, vão ter uma apresentação com o instrumento chinês guzheng.
Passeio Neptuno 25b (Parque das Nações). 21 408 7840. Qua-Seg 12.00-15.00, 19.00-23.00
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