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Combinar o know-how de Londres com o savoir-faire francês: é esta a bandeira que Pascal Blondel carrega ao abrir as portas do seu ateliê floral. O novo espaço em Campo de Ourique é mais que uma florista – planeiam-se eventos, casamentos, compram-se jarros e vasos e aprende-se a fazer arranjos em workshops.
Foi o avô Lucien, que inspirou e dá nome ao ateliê – Lucien Blondel –, que lhe transmitiu o bichinho das flores quando ainda era criança. A paixão floral continuou a correr-lhe nas veias até Pascal se especializar na McQueens, uma das floristas mais relevantes do Reino Unido, e foi por lá que continuou a trabalhar essa arte, sobretudo no universo dos casamentos e grandes eventos.
Pascal saiu do Reino Unido, onde trabalhou e se especializou durante anos, cheio de experiências, flores e ideias, mas cansado do caos constante. “Adoro Londres, mas começou a ser complicado lidar com o ritmo frenético de lá. Lisboa também é mexida, mas consegues ter uma calma incrível e teres tempo para respirar e pensar no que queres fazer”, diz. “Estou num bairro com mais floristas e continuo a achar que não é concorrência. Há mercado para todos, porque cada um de nós tem detalhes distintos – somos uma comunidade”.
O perfume da loja sente-se logo à entrada – é aí que estão todas as flores frescas. Estão divididas em dois expositores: as flores portuguesas e as holandesas. “Gosto muito das flores de Portugal, mas queria ter espécies que as complementassem e não fossem banais. Escolhi ter as holandesas que se vêem pouco por aí”, refere.
Junto a estes campos florais está a bancada principal, espaçosa e cheia de papéis para embrulhar os ramos que saírem dali. Pascal não tem nada feito e pronto a levar, faz questão de trabalhar na mesa à frente de quem entra e com as escolhas dos fregueses. “Gosto que eles vejam como eu crio os bouquets, porque as flores são muito pessoais, é como o perfume”, diz. “Faço muitas perguntas antes de começar a trabalhar nalgum arranjo”.
Nas prateleiras altas logo em frente há jarrões e vasos para todos os gostos e carteiras, e algumas peças de porcelana delicada de marcas como a Le Cabinet de Porcelaine ou a Yumé. “Queria ter elementos de luxo que se conjugassem com as flores, que por si seguem um preço médio das floristas em Lisboa. É importante para mim dar um toque diferente e de surpresa a quem entra”, afirma.
O chão ao longo dos 170 metros quadrados é em azulejo pintado com as famosas ondas da calçada da Praça do Rossio e “mais lisboeta não podia ser”, diz-nos Pascal. “Já entrou aqui muita gente que me perguntou se era o chão de Copacabana. Não, é mesmo o do Rossio, estamos em Lisboa e só faria sentido assim.”
Mais ao fundo da loja, está uma mesa comprida onde Pascal quer receber os aprendizes – os workshops são uma componente que o francês quis adicionar ao espaço, uma forma de o tornar ainda mais num ateliê que não só vende, mas faz acontecer. A ideia é começarem já em Março ou no início de Abril.
“Temos lugar para oito pessoas, mas não queria aumentar muito este número porque gosto de estar em cima das pessoas e conseguir dar-lhes a atenção que precisam”, diz. Mas o trabalho de Pascal não se fica pelos arranjos de quem entra e sai da loja – trabalha com grandes eventos e casamentos, e nesses casos recebe os clientes no lounge que fica ao lado da zona de workshops.
Também há entregas ao domicílio, que são feitas aos sábados e por marcação – o primeiro bouquet é oferta, sendo que depois passa a 5,50€ a entrega em Lisboa e 15€ nas zonas de Cascais e Estoril.
Rua da Arrábida, 66 (Campo de Ourique). Seg-Sex 09.00-12.30/14.30-18.30.