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Mário Cesariny nasceu a 9 de Agosto de 1923 e morreu em 2006, aos 83 anos. Considerado o expoente máximo do surrealismo português, estará em destaque na exposição “O Castelo Surrealista”, que inaugura em Outubro, no Maat – Museu de Arte, Arquitectura e Tecnologia. A proposta faz parte do programa do centenário do nascimento do poeta e artista, que arranca em Vila Nova Famalicão, nos primeiros dias de Agosto, e se estende até Lisboa.
“Será um ano de celebração de um grande homem, do poeta da liberdade, de uma pessoa insubmissa, que nos inspira a todos”, disse o presidente da Fundação Cupertino de Miranda, Pedro Álvares Ribeiro, na apresentação do programa esta terça-feira, segundo a agência Lusa. Esta entidade é detentora do acervo pessoal, artístico e documental de Mário Cesariny.
Na Fundação Cupertino de Miranda, em Vila Nova de Famalicão, já é possível encontrar na livraria-biblioteca uma banca recheada de edições da obra poética e ensaística de Mário Cesariny. E, até ao próximo domingo, 16 de Julho, poderá ainda ver a exposição “O outro lado do reflexo”, com fotografias de Eduardo Tomé e Duarte Belo que retratam “a casa, a vida e a obra” do poeta e artista. Mas é a partir de 5 de Agosto, com a inauguração de uma nova exposição, que as comemorações do centenário de Cesariny arrancam verdadeiramente.
Reclamando para título o primeiro verso de um poema de Pena Capital (1957), a exposição “Em todas as ruas te encontro” vai dar a conhecer parte do espólio que a fundação famalicense tem à sua guarda, desde montagens e colagens surrealistas até livros da sua biblioteca pessoal, como um exemplar de Poesia I, de Sophia de Mello Breyner Andresen, devidamente corrigida e comentada pelo próprio Cesariny. Com curadoria de Marlene Oliveira, Perfecto Cuadrado e João Pinharanda, ficará patente até 8 de Setembro de 2004.
Já em Lisboa, a segunda grande aposta expositiva do centenário, “O Castelo Surrealista”, só chega em Outubro, estando programada para inaugurar no dia 3, no Maat – Museu de Arte, Arquitectura e Tecnologia, onde ficará até 18 de Fevereiro de 2024. Segundo o director artístico da instituição, João Pinharanda, trata-se de uma reconstituição das influências na obra do artista. À semelhança do que acontecerá com “Em todas as ruas te encontro”, também esta exposição terá direito a ser acompanhada por catálogo, com textos dos curadores e coordenação de Afonso Dias Ramos, investigador do Instituto de História da Arte da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.
Ainda para este ano, estão previstos dois lançamentos editoriais, associados aos encontros anuais da fundação e à bienal Carmina. Com organização de Fernando Cabral Martins, trata-se de Poetas do Amor, da Revolta e da Náusea, um projecto no qual o poeta trabalhou entre 1957 e 1977; e A Paixão da Imagem, uma antologia de poesia. Já com a chancela Documenta, sairá Mário Cesariny, Cartas para Antonio Tabucchi, com textos do escritor italiano e uma entrevista com Cesariny.
Em 2024, deverá sair a fotobiografia Louvor e Simplificação de Mário Cesariny, por José Manuel dos Santos e Perfecto Cuadrado, e um álbum de fotografias de Nuno Félix da Costa. Haverá ainda várias oficinas de expressão plástica, espectáculos de teatro, recitais de poesia e não só.
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