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MAAT tem dez exposições para 2025. Em Abril Jeff Wall ocupará todo o edifício

Jeff Wall, Miriam Cahn e Cerith Wyn Evans são os pesos pesados na agenda do MAAT para 2025. Uma programação também atenta aos artistas nacionais, dos nomes já consolidados às revelações.

Helena Galvão Soares
Jornalista
Tattoos and Shadows, Jeff Wall , 2000
Jeff Wall Tattoos and Shadows, Jeff Wall , 2000
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Jeff Wall, Miriam Cahn e Cerith Wyn Evans são os pesos pesados na agenda do MAAT (Museu de Arte, Arquitectura e Tecnologia) para 2025, com exposições individuais pela primeira vez em Portugal, reforçando a vertente de internacionalização do museu. Mas a programação está também atenta aos artistas nacionais, sejam eles revelação, consolidados ou em vias disso, com a estreia nacional da luso-francesa Isabelle Ferreira, a primeira retrospectiva institucional da obra de Rui Moreira e uma exposição antológica de Pedro Casqueiro. Os projectos do Prémio Novos Artistas Fundação EDP de 2024 serão expostos numa colectiva e haverá uma exposição em parceria com a Trienal de Arquitectura 2025. Durante o ano é revelado o vencedor do Prémio Novos Artistas Fundação EDP e atribuído o Grande Prémio Fundação EDP Arte. 

As novidades do ano começam em Fevereiro na antiga Central Tejo, agora MAAT Central, com "Transe", exposição retrospectiva de Rui Moreira, artista revelado nos anos 10 deste século, que apresenta mais de 100 desenhos e pinturas de médio e muito grande formato. Desenho, fotografia e escultura, convocando literatura, música, performance, e situando-se nos domínios da espiritualidade, magia e transe. No mesmo mês e local, mas no Cinzeiro 8, Ana Léon, artista do grupo "dos anos 80" de Calapez, Rosa Carvalho, Cabrita Reis, Sanches e Croft, que nos anos 90 começa a fazer pequenos filmes muito manuais em stop motion, usando Action Men, modelos de masculinidade atlética dos anos 1970 e 80, confrontados com a sua fragilidade.

Jeff Wall, Insomnia, 1994
MAAT/ divulgaçãoJeff Wall, Insomnia, 1994

Abril é mês de Jeff Wall ocupar a totalidade do espaço expositivo do MAAT Gallery (galeria oval e galerias laterais). "Um artista extremamente generoso, que permitiu uma exposição acima das nossas capacidades de orçamento", disse o curador, Sérgio Mah, na apresentação da programação à imprensa, na última quarta-feira. A exposição terá 69 das 200 obras que produziu e será uma das mais extensas apresentações dos seus 40 anos de trabalho. Um dos nomes maiores do panorama internacional das artes visuais das últimas décadas, Jeff Wall trabalha desde os anos 70 em fotografia, explorando as suas articulações com a pintura, a literatura, o teatro e o cinema, entendidos como outros modos de representação e ficção da realidade. No mesmo mês, Abril, é apresentada no MAAT Central a exposição colectiva com as propostas dos seis finalistas do Prémio Novos Artistas Fundação EDP 2024 – Alice dos Reis, Evy Jokhova, Francisco Trêpa, Inês Brites, Maja Escher e Sara Chang Yan – e anunciado o nome vencedor.

Junho é o mês que traz ao MAAT Central a primeira exposição individual de Miriam Cahn em Portugal. Com uma prática artística radicada nos movimentos feministas dos anos 70 e 80, e que põe em causa convenções em torno do género, da corporalidade, do desejo e da violência, Cahn é uma destacada figura no panorama da arte contemporânea europeia. A exposição é na sua maioria de obras recentes, em especial de trabalhos em pintura e desenho. 

Miriam Cahn, Unser fruhling [a nossa Primavera]
MAAT/ divulgaçãoMiriam Cahn, Unser fruhling [a nossa Primavera]

Em Outubro, a MAAT Gallery volta a expor um nome cimeiro e internacional pela primeira vez em Portugal. A prática de Cerith Wyn Evans inscreve-se na tradição pós-conceptual e, desde a década de 1990, tem-se dedicado a explorar temáticas ligadas à linguagem e à percepção, explorando o potencial da tecnologias: as frases em neon são actuamente uma sua imagem de marca. Também na MAAT Gallery, a primeira exposição em Portugal da luso-francesa Isabelle Ferreira, uma artista emergente no meio artístico francês, com um trabalho com preocupações políticas e sociais, sobretudo focado na emigração económica e no exílio, sendo ela própria filha de emigrantes portugueses. Um conjunto de enormes desenhos, realizados in situ, completará uma viagem, remetendo para a passagem da fronteira a salto, composta simultaneamente por memória pessoal e testemunho universal, considerando o presente momento histórico.

No mesmo mês, mas na MAAT Central, uma exposição de Margarida Correia sobre mulheres que voaram num regime que lhes cortava as asas. Através de entrevistas e fontes documentais, Margarida Correia faz o retrato, também com fotografias, de um conjunto de enfermeiras pára-quedistas do exército português de serviço em África, nas décadas de 60 e 70, recuperando as memórias de um grupo profissional pouco estudado e pouco conhecido. O catálogo contará com texto de Irene Pimentel. A MAAT Central é também casa da parceria com a Trienal de Arquitectura, com "Fluxes", uma exposição colectiva imersiva que transforma o edifício numa Máquina do Antropoceno, um atlas dos 30 biliões de toneladas de lixo produzido pela humanidade.

Novembro traz a última inauguração do ano, a da exposição antológica da obra de Pedro Casqueiro no MAAT Central. Nos anos 1980, Casqueiro pertenceu, com Ana Vidigal, Alda Nobre e Madalena Coelho, a um dos grupos informais de artistas alunos da ESBAL (Escola Superior de Belas Artes de Lisboa). "A sua pintura afirmou-se de imediato pela energia de cor e composição, pela indiferenciação entre não-figuração e figuração, como entre imagem pintada e utilização da palavra escrita, por uma permanente sabotagem dos pontos de vista, das hierarquias, dos materiais. Esta obra vasta e tão diversa estabelece uma relação sempre irónica com a realidade", descreve o programa.

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