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Magnolia: o novo cantinho da Praça das Flores é bonito e delicioso

No tecto há um fresco que conta a história da casa, uma padaria de bairro bem portuguesa. Hoje, é um bar de vinhos e petiscos. Nas próximas semanas chega o brunch.

Cláudia Lima Carvalho
Editora de Comer & Beber, Time Out Lisboa
Magnólia
Fotografia: Francisco Romão Pereira
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Era uma padaria de bairro, ponto de encontro de moradores na zona, que ali tinham o ritual de tomar o seu café. Em meia dúzia de meses, a Padaria Renascente, nome marcado num bonito fresco no tecto, deu lugar ao Magnólia, um bar de vinhos e petiscos (e em breve de brunch também). O ponto de encontro, esse, mantém-se, agora ao final do dia.

Magnólia
Francisco Romão Pereira

A pequena esplanada enche-se em menos de nada e prolonga-se para lá da estrada, para a Praça das Flores, cada vez mais cheia de vida. Tem sido assim desde que Camila Martins e Yves Callewaert abriram o Magnolia, há pouco mais de um mês. O nome é o das flores que existem naquele pequeno jardim, mas é também do filme de 1999 de Paul Thomas Anderson. “Tínhamos de ter um nome de flor nessa praça porque não tem nenhum estabelecimento com nome de flor e aí chegámos a Magnolia”, conta a brasileira Camila, chef a viver em Portugal há quatro anos. 

Antes de abrir o Magnolia, Camila estava no Café São, não muito longe daqui, na Rua de São Bento, mas o bichinho para abrir um espaço seu já existia há algum tempo. Já Yves, fotógrafo belga em Lisboa há 14 anos, é conhecido por organizar belas jantaradas em casa. “Ele é super anfitrião e chegámos a esse momento em que unimos esforços para abrir um espaço”, diz Camila. “Eu já não queria limpar a casa depois dos jantares. Pensei: chega, tenho de fazer isso noutro lugar”, brinca Yves. “Também acho que a Praça das Flores foi um grande clique”, acrescenta. “O Yves mora aqui, eu vivo perto. A gente é super vizinhos e sempre falámos na Praça das Flores. Quando começámos a procurar, dizíamos que seria muito interessante se fosse aqui.”

Magnólia
Francisco Romão Pereira

E Yves não fez por menos. Cliente habitual da Padaria Renascente, um dia muniu-se de coragem e pediu para tomar café com a responsável. “Ela percebeu que não era para um date. Em 15 minutos fizemos negócio”, lembra, destacando como tudo aconteceu “com todo o respeito”, “quase à moda antiga”.

Desde esse dia até à abertura do Magnolia, aconteceu tudo muito rápido. As obras arrancaram em Maio e as portas abriram em Julho. Quem conheceu a antiga padaria reconhecerá o espaço, mas perceberá que está agora mais luminoso – o fresco no tecto ganhou até outro destaque. 

Magnólia
Francisco Romão PereiraBurrata com pesto de majericão e pistáchio

A carta é muito simples, até porque a ideia é variar os petiscos que Camila prepara na pequena cozinha. “Não queremos ficar presos a nada. É uma cozinha bem informal, confort food”, aponta. 

Por agora, há opções frescas como gaspacho (4,50€), ostras (4,50€/2 unidades), burrata com pesto de majericão  e pistáchio e tosta de focaccia (8€) ou vinagrete de polvo com tosta de focaccia (12€). Mas também camembert folhado com mel de tomilho (14€), croquetes de crevette grises, pequenos camarões cinzentos vindos do Mar do Norte (7€/2 unidades), e bun brioche de shitake, queijo comtém geleia de pimenta do Yves e pickles de cebola roxa (9,50€). 

Magnólia
Francisco Romão PereiraCamembert folhado com mel de tomilho

Nas sobremesas, destaca-se a formação de base de Camila em pastelaria francesa com a tarte de limão com framboesa (4,50€), mas é bem provável que vá sempre aparecendo outros doces do dia. 

Para acompanhar, as atenções viram-se para os vinhos, nem só naturais, nem só portugueses. “Não há uma regra, só precisa de ser um bom vinho”, diz Yves, explicando que também aqui o objectivo é ir mudando a carta. 

Magnólia
Francisco Romão Pereira

Quanto ao brunch, Camila espera que esteja a funcionar nas próximas semanas. E aí o Magnólia ficará aberto todo o dia. “Da parte da manhã vai ter aquela parte dos ovos, do brunch, mas também umas super saladas, pratos veganos, uma boa pastelaria francesa. Depois, ao final do dia, o menu troca para o dos petiscos.” Sempre sem regras, respondendo ao gosto de quem chega. “Ainda estamos experimentando, entendendo o que o público gosta, mas a ideia é ir mudando o menu, da comida e dos vinhos.”

Praça das Flores, 43 (Príncipe Real). Qua-Seg 18.00-23.00

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