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Maior parte dos azulejos históricos roubados em Odivelas foi recuperada

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O Mosteiro de São Dinis e São Bernardo é, desde segunda-feira, da responsabilidade do município de Odivelas. Presidente da câmara anunciou que 80% dos 170 azulejos que foram roubados deste monumento nacional já foram recuperados e que a autarquia reforçou vigilância no local.

Em Julho de 2017, num despacho publicado em Diário da República, o Governo já tinha aprovado a cedência de utilização do mosteiro pelo município de Odivelas, “com vista à sua requalificação e adaptação para instalação de serviços municipais e outros de utilidade pública”. Em contrapartida, a câmara comprometia-se a investir 16 milhões de euros (mais IVA) em obras de requalificação e a pagar uma renda mensal de 23 mil euros, anualmente actualizável. No entanto, só nesta segunda-feira, dia 14, é que o mosteiro passou oficialmente para as mãos da autarquia, que ficará responsável pelo monumento durante 50 anos.

A transferência, oficializada com a assinatura de um acordo de cedência entre o município de Odivelas e o Ministério da Defesa, o proprietário, ocorre duas semanas após ter sido noticiado o furto de cerca de 170 azulejos do séc. XVII daquele monumento nacional desocupado desde 2015, quando o Instituto de Odivelas – escola tutelada pelo Exército e destinada a jovens do sexo feminino – se mudou para o Colégio Militar.

No dia da assinatura do acordo, Hugo Martins, presidente da câmara, referiu que cerca de 80% dos 170 azulejos do século XVII que dali tinham sido furtados já foram recuperados e que a Câmara de Odivelas reforçou a vigilância ao mosteiro, para prevenir novos roubos. Questionado pela Time Out sobre o contexto em que foram encontrados os azulejos, o gabinete de comunicação da autarquia revelou que “a informação encontra-se em segredo de justiça. Quanto às medidas de segurança anunciadas, retorquiu que foi feito “reforço da segurança do espaço através da alocação de mais meios humanos, além dos já existentes, como também a instalação de CCTV – videovigilância.

Numa nota enviada à comunicação social, a câmara afirmou ainda que “sempre manifestou a sua oposição ao encerramento do Instituto de Odivelas, decidido pelo anterior Governo, que pôs fim a uma instituição secular de ensino, muito prestigiada”, argumentando que, na altura, “não foram tomadas medidas destinadas a garantir a segurança e a manutenção do Mosteiro, nem foi aventado qualquer projecto ou sequer sugestão de utilização futura”.

“Com a assinatura deste auto, o Município de Odivelas fica, assim, com a gestão do Mosteiro, o que permitirá não só salvaguardar este monumento nacional como, sobretudo, colocá-lo ao serviço da comunidade, partilhando com os cidadãos a sua fruição, após as necessárias e profundas obras de remodelação”, lê-se ainda no comunicado.

Neste momento, estão a decorrer obras de conservação da cobertura e restauro do Túmulo de D. Dinis, ao abrigo da candidatura ao Programa Operacional Lisboa 2020 – cuja conclusão se prevê para Dezembro de 2019. Num futuro próximo, a Câmara prevê “a instalação de parte dos serviços municipais, a criação do futuro Centro Interpretativo do Mosteiro de Odivelas ou a construção do futuro Parque da Cidade” naquele espaço cuja edificação se iniciou em 1295 e que, durante muitos séculos, foi casa de freiras da ordem religiosa de Cister.

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