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Mais de 20 anos depois, Palácio Laguares vai ser reabilitado

Edifício do século XVIII onde chegou a funcionar, durante décadas, uma escola primária está a degradar-se há anos. Junta de Campolide quer tornar o espaço "mais aberto à comunidade".

Rute Barbedo
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Rute Barbedo
Jornalista
Palácio Laguares, em Campolide
DR/Projecto GuilhartePalácio Laguares, em Campolide
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É um palácio no centro da cidade, com "um potencial enorme", mas "chove lá dentro", reconhece o presidente da Junta de Freguesia de Campolide, Miguel Belo Marques, em declarações à Time Out à margem da apresentação do projecto de requalificação da vizinha Vila Romão da Silva. Em estado periclitante há anos, o Palácio Laguares, junto às Amoreiras, vai entrar em obras. A requalificação terá particular incidência no telhado e em toda a ala do primeiro piso, hoje inutilizada. "Andei nesta escola até 1994 e, uns anos depois, ela fechou, já por causa das condições do edifício. Hoje é um espaço de um potencial enorme, mas que não tem condições de dignidade", descreve o autarca.

O investimento, de 159 mil euros, enquadra-se num contrato de delegação de competências entre a Câmara Municipal de Lisboa (CML) e a Junta de Campolide, estando previsto para breve o lançamento do concurso de empreitada. "Contamos iniciar a obra ainda este ano", adianta o presidente. 

Actualmente, funcionam neste palácio do século XVIII alguns dos serviços da Junta, a Associação de Reformados e Pensionistas de Campolide, e também serviços na área da saúde e bem-estar. A ideia é que, depois das obras, o Laguares seja um espaço "mais aberto à comunidade", na óptica do presidente da Junta, podendo vir a contar com valências sociais e espaço de co-work com "valores abaixo do mercado". Há também "muitas associações importantes na freguesia que têm falta de espaço, para reuniões ou outras actividades" e o Palácio poderá servir para aqueles fins. 

Pormenor do Palácio Laguares
DR/Projecto GuilhartePormenor do Palácio Laguares

O Palácio Laguares tem recebido eventos culturais esporadicamente nos últimos anos e foi o local escolhido em 2010 pelo executivo de António Costa para albergar a centenária Sociedade de Instrução Guilherme Cossoul (que está hoje na Rua Nova da Piedade, junto a São Bento). Tal, no entanto, não aconteceu. Em 2009, recorde-se, o edifício foi alvo de polémica, quando o então presidente da Junta de Freguesia de Campolide, Jorge Santos, avançou com uma acção judicial contra a CML por alegadamente esta não ter cumprido o acordado relativamente ao edifício. Jorge Santos contou na altura ao Público que a Junta terá pago "obras da competência da Câmara na Escola Querubim Lapa, no valor de 186 mil euros, em troca da cedência do Palácio Laguares, onde tinha funcionado outro estabelecimento de ensino. Só que o acordo não foi passado a escrito". Nos planos do autarca estavam a criação de uma creche e de um centro de dia na freguesia, ficando o palácio para as instalações da sede da Junta.

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