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Uma versão semi-encenada da ópera Così fan tutte, de Mozart, com o baixo-barítono Marcos Fink; as Seis Suites para Violoncelo, de Bach, num espectáculo coreografado pela premiada Anne Teresa de Keersmaeker, com o violoncelista Jean-Guihen Queyras e os bailarinos da Companhia Rosas; e Baby Doll, um espectáculo sobre o drama das mulheres migrantes, ao som da 7.ª Sinfonia de Beethoven, com o clarinetista Yom. São estes os destaques da programação musical da Gulbenkian para o primeiro semestre de 2022, que arranca em Janeiro e se prolonga até Junho com cerca de seis dezenas de espectáculos protagonizados pela Orquestra e Coro Gulbenkian e por alguns dos maiores intérpretes da actualidade.
“Ainda se lembra dos concertos realizados sem a imposição de restrições nas distâncias entre os músicos da orquestra e sem limitações no número de cantores no palco ou no repertório a ser apresentado? Foi assim até Março de 2020, altura em que a vida musical começou a sofrer”, lê-se em comunicado da Gulbenkian Música, que destaca o facto do “jejum musical” ter acabado. “A segunda parte da nossa Temporada 21/22, de janeiro a junho, foi planeada com pensamento positivo: em função do número recorde de cidadãos já vacinados, queremos recolocar o grande património musical ao alcance do nosso estimado público numa das mais importantes salas de concertos do mundo, o Grande Auditório Gulbenkian.”
Durante a primeira semana de Janeiro, o Coro Gulbenkian dará as boas-vindas a 2022 a capella (dia 4, 20.00-21.00), a estrela francesa Julie Fuchs iluminará o muito esperado Concerto de Ano Novo com a sua bela voz de soprano (dia 6, 20.00-22.00, e dia 7, 19.00-21.00) e Jean-Guihen Queyras tocará a solo as Seis Suites para Violoncelo, de J. S. Bach, em diálogo com um espectáculo coreografado pela premiada Anne Teresa de Keersmaeker e os bailarinos da Companhia Rosas (dia 9, 18.00-19.30, e dia 10, 20.00-21.30). Destaca-se ainda um fim-de-semana de portas abertas (dias 15 e 16), para ouvir jovens talentos de vários países da Europa, no âmbito do festival Rising Stars; e um outro dedicado ao Festival dos Quartetos de Cordas (dias 22 e 23), com seis quartetos de diferentes proveniências e a interpretação de obras-primas escritas para dois violinos, viola e violoncelo pelos grandes compositores da história da música clássica.
Já em Fevereiro, mês marcado pela actuação da Orquestra Gulbenkian no concerto de abertura oficial da Saison croisée Portugal – France, na Philharmonie de Paris, a orquestra apresentará em Lisboa o respectivo programa, que inclui o Concerto para Piano n.º 2 de Chopin, interpretado por Maria João Pires e dirigido pelo maestro japonês Tatsuya Shimono (dia 10, 20.00-22.00). Antes, poderá ouvir outros intérpretes icónicos, como Mitsuko Uchida e Grigory Sokolov, bem como jovens pianistas virtuosos como Behzod Abduraimov, Alexandre Kantorow e Célimène Daudet, no Ciclo de Piano, que arranca a 1 de Fevereiro. Destacam-se ainda os concertos aos domingos, pensados para a fruição da música em ambiente familiar e descontraído, que se apresentam em dose dupla com Mozart para todos, no dia 6 de Fevereiro, às 12.00 e às 17.00. Mas há mais.
Até ao final da temporada, contam-se 12 programas protagonizados pela Orquestra Gulbenkian, inclusive a ópera Così fan tutte, de Mozart, que traz ao Grande Auditório o enredo em torno de uma aposta sobre a fidelidade feminina, que o compositor transpôs magistralmente para música com a colaboração do libretista Lorenzo Da Ponte. O inspirador da trama, Don Alfonso, é interpretado pelo baixo-barítono argentino Marcos Fink, também responsável pela acção cénica. O maestro Nuno Coelho dirige o Coro e a Orquestra Gulbenkian nesta produção, para ver nos dias 18 e 20 de Março, às 19.00 e às 18.00, respectivamente. Destaca-se ainda a apresentação de Baby Doll, uma intensa experiência musical e coreográfica sobre o drama das mulheres migrantes, que junta a música de Beethoven, interpretada pela Orquestra Gulbenkian, a apontamentos do clarinetista e compositor Yom (dias 1 e 2 de Abril, às 21.00 e às 19.00, respectivamente); e a estreia em Portugal de A Stroll, um concerto para trombone de Chick Corea, o carismático músico que morreu este ano.
Para não perder nada, o melhor será consultar a programação completa no site da Gulbenkian Música. E, não se esqueça, terá de apresentar Certificado Digital Covid ou um teste de laboratório com resultado negativo no acesso aos concertos.
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