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Mais do que um clube de praia, a Casa Reîa quer ser um dos melhores restaurantes do país

Na cozinha deste clube de praia estão três chefs: o israelita Udi Barkan e os brasileiros Dário Costa e Pedro Lima. O resultado é um menu para partilhar, composto por ingredientes frescos, locais e sazonais, na grelha.

Teresa David
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Teresa David
Jornalista
Casa Reîa
Mariana Valle Lima Esplanada da Casa Reîa
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Na praia da Cabana do Pescador, na Costa da Caparica, com o horizonte azul do Atlântico a emoldurar-lhe o cenário, e uma estrutura que se confunde com os grãos de areia, nasceu a Casa Reîa — um clube de praia que tem tanto de descontraído, como de sofisticado. Chama a atenção a decoração, ao estilo boho, que se mantém coerente ao longo de 600 metros quadrados, com capacidade para mais de 300 pessoas, divididas entre o interior, a esplanada no estrado de madeira, e as mesas na areia. Cabe aqui um restaurante, uma loja de roupa, com peças de marcas europeias, uma coffeeshop, e eventos variados, como música ao vivo, DJ’s, e práticas relacionadas com o bem-estar. 

Casa Reîa
Mariana Valle Lima

A julgar pelas redes sociais, e pela afluência que se verifica tão poucos meses depois da sua abertura, podemos dizer que é já um dos destinos de Verão este ano, especialmente para estrangeiros a viver em Portugal, e as razões podem ser várias. “Temos embaixadores, estrelas de cinema, cantores, pessoas de todo o mundo a vir aqui, e acho que nunca viriam à Caparica se não fosse por nós. Não existe uma oferta semelhante. Somos um clube de praia holístico, por isso tentamos oferecer um lifestyle. De manhã, com yoga, à tarde com comida incrível, ao entardecer com uma curadoria de música, e à noite como um sítio de dança e alegria”, diz o francês Sacha Gielbaum, um dos responsáveis pela Casa Reîa, a par de Emil Stefkov, que é ainda fundador do colectivo de restaurantes em Nova Iorque, o The Group NYC. 

Casa Reîa não é a primeira aventura de Sacha Gielbaum na Costa da Caparica. Era dele o Yamba Bar, na praia da Bolina, que chegou a ser considerado pela Condé Nast como um dos dez Melhores Bares de Praia do Mundo, mas que acabou por fechar no ano passado na sequência de um incêndio. “O que é muito semelhante é a intenção de criar uma comunidade, e partilhar o melhor que Portugal tem para oferecer, dos artistas, aos chefs, aos produtos. A diferença é que decidimos tornar-nos uma instituição, uma marca eterna. Focamo-nos na hospitalidade, nos bons produtos, na boa cozinha”, conta o empresário francês. “Apaixonei-me pela Caparica, acho que é a jóia de Lisboa, de Portugal, da Europa. Foi uma história de amor pela natureza e por esta costa. Foi por isso que decidi continuar aqui.” 

Casa Reîa
Mariana Valle LimaDário Costa, Pedro Lima, Udi Barkan

À boa maneira dos restaurantes de praia, servem-se pratos leves e frescos, com a intenção de serem partilhados. Tudo graças a um trio de chefs. O israelita Udi Barkan, que reside em Lisboa há cerca de dois anos, é um deles. É apresentador de televisão, e um especialista em alimentação saudável, aliando anos de experiência como chef consultor e nutricionista. “Quero inspirar pessoas a comerem mais frutas e vegetais locais”, confessa o chef. É então ele que elege os ingredientes, mantendo um contacto directo com os produtores, e que adiciona os sabores orientais e mediterrâneos aos pratos. Já o brasileiro Dário Costa, igualmente responsável pela criação da carta, traz a sua destreza na grelha e o seu gosto pelo peixe e pelo marisco para a mesa. Foi precisamente com a grelha que fez sucesso no Brasil, onde já tem seis restaurantes. Este é o seu primeiro projecto gastronómico em Portugal. “Aqui, a qualidade dos ingredientes é incrível. Qualquer fornecedor me entrega um peixe excepcional. Isso é, literalmente, o ingrediente perfeito para as coisas darem certo, 80% do que fazemos aqui é à volta dos ingredientes”, garante Dário. 

Casa Reîa
Mariana Valle LimaBaba ganoush de courgete, hortelã e framboesas

E se Udi e Dário criam, o também brasileiro Pedro Henrique Lima executa. É ele o chef da casa. “O nosso ambiente de trabalho é bem claro já. O Pedro sempre trabalhou comigo, nós trabalhamos na mesma linha. As adaptações que temos de fazer são em prol do Udi e dos pratos dele, que vêm quase todos da cozinha fria”, explica Dário Costa. Na cozinha de Pedro, preparam-se pratos como o baba ganoush de courgete, hortelã e framboesas (16€), o robalo cru com maçã verde, aipo e funcho (15€), o carpaccio de beterraba, morangos e vinagrete de cebolinho (16€), ou as cenouras grelhadas com crème fraîche, citrinos e pistáchio (16€), um dos pratos favoritos do chef israelita. Para seguir a refeição, o melhor é apostar no peixe e no marisco do grelhador josper, como o pregado (80€, aproximadamente 1kg) ou o lingueirão (26€). No menu só há um corte de carne. No dia em que a Time Out visitou o espaço, era o entrecôte (70€) que estava disponível – em dias diferentes, poderão ser outros. Para terminar o repasto, pode escolher entre o bolo de chocolate com ganache salgada e creme inglês (10€) e um cheesecake desconstruído com morangos e poejo (10€). “Para resumir, são sabores do mundo, grelha brasileira, ingredientes portugueses”, diz Udi Barkan. A carta de bebidas é igualmente composta, em particular a selecção de vinhos, com opções vindas de vários países do mundo. 

Casa Reîa
DRRobalo cru com maçã verde, aipo e funcho

Com esta carta, o chef Udi pretende que a Casa Reîa seja “um dos melhores restaurantes em Portugal, não só um dos melhores bares de praia da Costa”, revela. Dário Costa, por outro lado, ainda não se atreve a fazer planos. “É a primeira vez que coloco a minha marca fora do país. Primeiro ainda estou a entender a sua aceitação, mas dentro de todo o feedback que estamos a ter, parece que é bem aceite. E é muito simples: é basicamente peixe na grelha, com um bom azeite, um bom produto, uma boa técnica”, afirma. Nos planos de Sacha, a ambição é maior. “A intenção é abrir um hotel no futuro e expandir a marca internacionalmente”, revela.

Praia da Cabana do Pescador (Almada). 937 346 841

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