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Depois de chegar a Faro, a operadora alemã disponibiliza em Lisboa centenas de trotinetas. Mas traz algumas novidades, entre elas um desconto para os utilizadores que as estacionarem nos sítios certos.
Quase que já nem vale a pena explicar como funcionam estas coisas (aplicação para telemóvel + cartão de crédito + trotineta), mas a Flash arranca hoje em Lisboa com uma série de nuances em relação às suas concorrentes. A que mais se destaca é provavelmente a devolução de 50 cêntimos aos utilizadores que estacionarem a trotineta no sítio certo. Ou seja, num dos locais assinalados com um sinal de parqueamento na aplicação (aquele "P" azulinho). Um valente desconto se tivermos em conta que o desbloqueio da trotineta custa 1€ e a corrida 0,15€ por minuto.
Outra novidade é o veículo. A Flash fabrica os seus próprios equipamentos e construiu um modelo específico para andar em cidades como Lisboa, mais robusto, com suspensão e rodas ligeiramente maiores, mais luzes para circular durante a noite e descanso reforçado para não tombar com facilidade. As trotinetas possuem ainda suporte para garrafa, suporte para telemóvel e uma entrada USB para o carregar em andamento, enquanto espreita o Google Maps.
"Se funciona aqui, funciona noutras cidades", disse no meio de um sorriso Felix Petersen, director-geral da empresa em Portugal, durante a apresentação que decorreu esta terça-feira, no restaurante À Margem (Belém). Antes do lançamento da Flash em Portugal ficaram claros dois elementos importantes para a futura clientela portuguesa: a importância do preço e a má fama do estacionamento desregulado deste tipo de transportes, principalmente em Lisboa. Mas defende as novas soluções da chamada micromobilidade e aponta a mira para os carros: "Há uma série de transportes que nos permitem reclamar as cidades", continuou Petersen enquanto mostrava uma imagem da Praça do Comércio nos anos 70, quando era normal servir como um gigante parque de estacionamento.
Durante a apresentação foi ainda divulgado o nome do chairman e head of advisory board para Portugal: João Vasconcelos, ex-secretário de Estado da Indústria e antigo director executivo da Startup Lisboa. "Lisboa é uma das melhores cidades do mundo para se desenvolver um negócio digital", defendeu, acrescentando que na falta de petróleo e outras riquezas mais palpáveis, aqui "o que conta é a nossa maneira de ser, como recebemos culturas diferentes e gostamos de viver a diversidade".
A manhã foi ainda brindada com uma espécie de aula sobre micromobilidade, dada pela engenheira Paula Teles, da empresa de planeamento e gestão Mobilidade PT, que tem trabalhado com várias autarquias para ajudar a desenhar as cidades para os modos suaves de mobilidade, lembrando que estão mesmo desenhadas para os carros. "Planeámos cidades para o automóvel e precisamos de um novo paradigma urbano. Temos cidades bloqueadas no mundo inteiro", afirmou, alertando para a urgência de um Planeamento de Mobilidade Urbana Sustentável, até porque, defendeu, "não podemos ter trotinetas espalhadas por todo o lado". E apresentou alguns dados curiosos: 60% das viagens realizadas em todo o mundo têm menos de oito quilómetros. Em Portugal os números são estes: 55% das deslocações têm menos de 15 minutos, enquanto que 85% têm menos de 30 minutos.
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