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Metade brunch, metade bar. Neste Hemisfério, é assim que se faz

Neste restaurante em Oeiras, há brunch durante o dia e cocktails à noite. Os amigos António Ricciardi e André Simões quiseram criar um oásis para quem não dispensa nem um, nem outro.

Beatriz Magalhães
Escrito por
Beatriz Magalhães
Jornalista
Hemisfério
© Cláudio GonçalvesHemisfério
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A entrada não é muito vistosa, mas o verde sobressai. É o Jardim Municipal de Oeiras que serve de pano de fundo ao Hemisfério. O restaurante é só um, mas são vários os lugares que o fazem. De um lado, as mesas e os bancos embutidos em pedra rodeiam o bar, do outro, ladeiam o caminho em direcção a um solário onde se encontra a sala do restaurante e a cozinha. Tal como o espaço, a carta também se divide. Durante o dia, são os ovos mexidos, as saladas, as bowls que nos chegam à mesa, à noite são os espresso martinis, os negronis e os mojitos. O Hemisfério é daqueles lugares em que não precisa de grande pressa para sair. Se quiser, pode ficar do meio-dia à meia-noite. E também é pet-friendly. 

António Ricciardi e André Simões
© Cláudio GonçalvesAntónio Ricciardi e André Simões

António Ricciardi, 28 anos, e André Simões, 29 anos, vivem em Oeiras, mas sempre que queriam ir tomar um brunch ou beber um copo não queriam ter de ir para o centro de Lisboa. O que queriam era ter um lugar onde pudessem estar, que fosse agradável e que oferecesse aquilo que sentiam que faltava na zona. A dupla propôs-se, então, a seguir em frente com um projecto que cumprisse esse objectivo e assim nasceu o Hemisfério. “Eu fui a um brunch com um amigo, relativamente perto daqui, e estava cheiíssimo, com filas de espera, era caro, nada de especial. Depois de fazer uma pesquisa, cheguei à conclusão de que havia demasiada procura para a oferta que existia”, conta André. António, que partilha da mesma opinião, rapidamente embarcou no projecto. “É uma coisa que está up and coming e há muito pouca coisa aqui na Linha. É uma zona tão residencial e há tantas pessoas a viver aqui que não fazia sentido não ter alguma coisa com qualidade.”

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© Cláudio GonçalvesHemisfério

A esplanada funde-se com o ambiente em volta e, apesar de haver guarda-sóis, as grandes árvores fazem sombra para algumas mesas. Quando era mais novo, André parava aqui ao lado com amigos. Na altura, isto era um restaurante vegetariano, que acabou por fechar em 2018. Depois de saber que o espaço pertencia à Câmara Municipal de Oeiras e que ia entrar em concurso público, a dupla concorreu e, passados três meses, deram início aos processos de licenciamento e obras, que duraram quase três anos. A decoração, assinada pelo atelier de design interiores Coromotto, vai buscar o verde e o castanho e ainda materiais como a palhinha. O design mantém-se pela sala do restaurante que, feita de raiz, é toda envidraçada. Por outro lado, o bar, que em tempos é provável que tenha sido uma torre de vigia, contempla o tecto original trabalhado e alguns bancos. 

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© Cláudio GonçalvesHemisfério

Batem as 11.00, há uma leve brisa no ar e, à medida que nos instalamos, as mesas vão ficando compostas. É mais cá fora do que lá dentro que se faz o Hemisfério, habitado, principalmente, por locais que já se tornaram clientes habituais, como é o caso de um casal ucraniano que ao sair cumprimenta André. E, desde a abertura a 7 de Junho, os proprietários admitem que não estavam à espera de uma adesão tão rápida. A maioria vem à procura do brunch. A nível de entradas, o mil-folhas de batata, com maionese de trufa e queijo parmesão (6€) é o favorito, aliás “o nosso prato herói”, como apelida António. Não se fica atrás o crudo de salmão com ponju, pickle de cebola, alcaparras, tofu, endro e sésamo (13€), que se junta à summer bowl de burrata de búfala, com tomates marinados, pêssegos, figos, uvas salteadas, frutos secos, manjericão e salada(11€), aos croquetes (6€) e ao tártaro de novilho (12€). 

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© Cláudio GonçalvesMil-folhas trufado

No que toca ao brunch, os good morning eggs (7€), ovos mexidos, creme de abacate, requeijão fresco, tomate, crumble de sementes, salada de agrião e rebentos em pão brioche tostado, costumam sair bastante. O pão é fornecido pela padaria Do Beco. A carta também inclui ovos benedict (9€), com creme de abacate, fiambre fumado, molho holandês e crumble de sementes; açaí smoothie bowl (9€), smoothie de açaí, banana, mirtilos e granola caseira; e a sweet hangover (7,50€), duas panquecas, mascarpone, maple syrup, compota de fruta da época e açúcar em pó. Nas bebidas, há café de especialidade da Buraca Roasters, sumos naturais (3€-4€) e smoothies (4,50€-6€). “É um conceito híbrido, sendo que durante o dia, temos brunch e refeições leves, e à noite, o espaço transforma-se num sítio giro em que a malta pode vir beber um copo. É algo que não há aqui na Linha e é algo que as pessoas, principalmente nas faixas etárias dos 20, 30, 40 anos, se queixam muito”, explica André. Assim, os dois acreditam conseguir “suprimir estas falhas no concelho.”

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© Cláudio GonçalvesGood morning eggs

Outros pratos foram pensados para a hora de jantar. “A ideia é, principalmente agora no Verão, que a malta saia da praia e venha jantar para depois ficar a beber copos. Não vais comer uma salada, ninguém come uma salada para depois ir beber copos”, diz, entre risos, André. Há hambúrgueres, entre os quais o classic burguer (13€), com bacon grelhado, queijo cheddar, pickles caseiros e molho secreto, e o succulent burguer (13€), que leva carne de porco, coleslaw, couve, pickles, chutney de manga e chilli. Destaque ainda para a salt and sea bowl (14€), com salmão, salada de batata com molho de iogurte e ervas, granola salgada, quinoa, tabuleh, romã e ovo de codorniz; o rosbife (14€), com batata crocante, cebola, maionese de rábano, salada fresca de agrião e mostarda; e ainda o pulled mushroom sando (9€), cogumelos pleurotus assados, pimentos assados, ovo estrelado, cebola frita, mix greens e a acompanhar pão massa mãe.

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© Cláudio GonçalvesSummer bowl

Além dos clássicos negroni (8€), margarita (8€) e paloma (8€), há cocktails de autor. Os mais pedidos são o sour (9€), com whisky, maçã, clara de ovo e limão, e o equador (8,50€), com tequila, maracujá, rooibos e malagueta. Há outros como o mikow mule (9€), com vodka, ginger beer e ginjinha, o pipoca (8,50€), com vodka, lima, pipoca syrup e prosecco, e o meridiano (8,50€), gin, st. germain, manjericão, pepino e água tónica. 

Quando chegar o Inverno, a vontade é manter os mesmos horários e apenas mudar a carta, tanto de pratos como de bebidas, para que haja duas diferentes por ano. Ainda no fim deste ano, os proprietários esperam começar a utilizar um pequeno pátio, que faz parte do restaurante, para festas e eventos privados. O espaço tem um acesso directo ao Jardim Municipal de Oeiras e a um parque de estacionamento gratuito. Tanto para André como para António, o potencial é grande, até já imaginam onde pôr uma mesa de DJ e um balcão para um bar.

Rua Des. Faria 31 (Oeiras). 913 949 615. Ter 10.00-19.00, Qua-Qui 10.00-00.00, Sex-Sáb 10.00-02.00, Dom 10.00-19.00

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